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Nove regras para uma boa noite de sono
Privação de sono leva cérebro a comer-se a si próprio
“Não me odeiem, mas eu durmo mesmo muito bem e normalmente durmo oito horas seguidas. É raro acordar de noite e não preciso de despertador para me levantar”. É com estas palavras que o britânico Richard Wiseman se apresenta num artigo que escreveu para o Daily Mail com uma série de sugestões para quem não tem a mesma sorte.
Responsável pela única disciplina do Reino Unido dedicada ao “entendimento público da psicologia”, Wiseman é um nome reconhecido internacionalmente, tanto pelos seus vários livros publicados com investigação em áreas pouco comuns da psicologia como pelo seu canal no YouTube, que conta com mais de 2 milhões de subscritores.
No artigo, em que recorda que a falta de sono está comprovadamente relacionada com vários problemas de saúde (só para recordar dois: Privação de sono leva cérebro a comer-se a si próprio e Como os problemas em dormir afetam a vida sexual), o psicólogo contextualiza que passou décadas a estudar os problemas em dormir para encontrar técnicas capazes de ajudar os que não conseguem uma boa noite de sono ou enfrentam uma luta diária para adormecer. E neste capítulo fica o alerta para quem acha que é bom “apagar” mal a cabeça chega à almofada. “É um indicador de que não está a dormir o suficiente”, garante o especialista, que adianta que o ideal é um período de oito a 12 minutos desde que alguém se deita até adormecer.
Mais do que esses 12 minutos já é um sinal de problemas (excluindo casos de dores crónicas, por exemplo), e muito provavelmente de ansiedade. “Quando tem alguma coisa que não lhe sai da cabeça, isso mantêm-no demasiado alerta para dormir. Precisa de alguma coisa para sossegar a mente”, escreve. “Mas tentar convencer-se a si próprio a dormir só vai dificultar as coisas”, continua. A solução? Tentar ficar acordado.
“Tente usar um pouco de psicologia inversa e tente ficar acordado. Paradoxalmente, isto parece fazer-nos sentir menos ansiosos e ajudar a adormecer”, garante.
A técnica foi estudada por investigadores da Universidade de Glasgow, que tiveram o seu sono monitorizado durante duas semanas. Aos elementos de um grupo foi pedido que tentassem manter-se acordados tanto tempo quanto possível, enquanto aos restantes não foi dada qualquer indicação. Conclusão: Os instruídos para se manterem acordados sentiam-se menos ansiosos na hora de ir para a cama e adormeciam mais rapidamente.
Wiseman explica que o problema em tentar relaxar para adormecer é que, nesse processo, estamos constantemente a monitorizarmo-nos, o que mantém o cérebro ativo e… tem o efeito contrário.
O psicólogo deixa ainda outras dicas. A uma delas chama “o jogo do alfabeto” e consiste em tentar nomear animais ou países que comecem com cada uma das letras do alfabeto, por ordem; Contar de 100 para trás de três em três é outra forma de distrair o cérebro (e o exercício é aborrecido o suficiente para dar sono…)