Em comparação com quem não dormiu uma sesta, os participantes de um estudo realizado pela Universidade de Lancaster, Inglaterra, mostraram maior tendência a acreditar que tinham visto… o que na realidade não viram.
Uma dupla de investigadores, John Shaw e Padraic Monaghan, testou dois grupos de pessoas, a quem foi mostrada uma lista de palavras. Um grupo dormiu depois um máximo de uma hora e 45 minutos, enquanto o outro não teve direito a sesta. Todos os participantes foram, em seguida, convidados a olhar para um ponto fixo no ecrã de um computador, enquanto 48 palavras apareciam e desapareciam no lado esquerdo ou direito desse ponto, e a carregar numa tecla de “sim” ou “não” conforme tivessem ou não visto esta palavra na lista inicial.
“Cama”, “descanso”, “acordado”, “cansado”, “sonho”, “sesta”, “ressonar” eram algumas das palavras mostradas inicialmente. A segunda parte incluía a exibição de vocábulos parecidos ou de significado relacionado, como “sono”.
O grupo que tinha dormido uma sesta tinha “significativamente maior probabilidade” de acreditar que tinha visto da primeira vez estas palavras “para enganar”.
Este efeito de criação de “memórias falsas” na sequência do sono diurno não se mostrou, no entanto, igual para os dois hemisférios do cérebro: “Descobrimos que apesar de o sono aumentar o reconhecimento de memórias falsas no geral, este varia consoante o hemisfério que é acedido durante a recuperação, com a metade direita do cérebro a ser mais suscetível às falsas memórias e o esquerdo a mostrar-se mais resiliente.”
O lado direito do cérebro é responsável pela imaginação e criatividade, enquanto ao esquerdo se associam mais os aspetos lógicos.