Já lhe chamaram a mais bela das revoluções do século XX. A sua história foi mostrada e contada, ao pormenor, em fotografia, livro, teatro e cinema – só aqui na Visão História, já dedicámos 20 edições da revista à queda do Estado Novo e à implantação da democracia. Passados 50 anos, e num momento em que se atravessam tempos conturbados, assinalamos a efeméride dedicando mais um número da revista às biografias das principais figuras, umas vencedoras, outras vencidas, do 25 de Abril.
O general Spínola (que meses depois cairia em desgraça) e o general Costa Gomes eram à data os rostos mais conhecidos dos portugueses, pois tinham sido demitidos dos mais altos cargos de chefia militar por se terem recusado a prestar “vassalagem” a Marcelo Caetano. Outros, como Otelo Saraiva de Carvalho, Melo Antunes, Salgueiro Maia e Vasco Lourenço, entrariam nesse dia para a galeria dos notáveis da Revolução dos Cravos. Vasco Gonçalves e Ramalho Eanes só mais tarde se tornariam protagonistas, mas todos – a par dos líderes dos quatro principais partidos, Mário Soares, Álvaro Cunhal, Sá Carneiro e Freitas do Amaral – desempenhariam um papel importante no processo revolucionário e na vida política nacional nos anos seguintes.
Mas nem só de vencedores é feito este número da VISÃO História. Dos vencidos, também reza a História do 25 de Abril. O maior dos derrotados foi Marcelo Caetano, presidente do Conselho e ditador “de serviço” desde a queda de Salazar. Outro grande vencido foi Américo Tomás, Presidente da República praticamente limitado à função de “corta fitas”, mas também Silva Pais e os restantes chefes da polícia política, os responsáveis máximos pela Censura e pela propaganda, os ministros mais destacados do Estado Novo (alguns fugiram dos revoltosos através de um buraco na parede), o todo-poderoso senhor da RTP, Ramiro Valadão, e, obviamente, os grandes empresários à época e “donos disto tudo”. Essas e outras figuras são retratadas nesta edição da VISÃO História, que conta com a participação dos historiadores e investigadores Irene Flunser Pimentel, António Araújo e Francisco Bairrão Ruivo, além de um artigo de opinião da comissária executiva da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, Maria Inácia Rezola.
É mais uma edição da VISÃO HISTÓRIA, a não perder, que pode comprar aqui, sem sair de casa, na loja Trust in News. Para assinar a VISÃO História, clique aqui.
SUMÁRIO DESTA EDIÇÃO:
Opinião A Revolução possível e lúcida
por Maria Inácia Rezola
As imagens de Abril
VENCEDORES
25 de Abril A mudança que veio de onde não se esperava
Otelo, o estratego Homem do tudo ou nada
Melo Antunes, o ideólogo O rosto da moderação
Salgueiro Maia, o herói “Aquele que deu tudo e não pediu a paga”
Vasco Lourenço, o operacional “Sou moderado, mas radical”
Costa Gomes, o pacifista O general paradoxal
Spínola, o vencido dos vencedores As duas facetas do militar do monóculo
por Francisco Bairrão Ruivo
Ramalho Eanes, o senador O “doutor” do 25 de Novembro
Os comunicadores Noticiar a História em direto
Vasco Gonçalves, o líder Ascensão e queda de um mito
Memória Prova de humanidade
por José Carlos de Vasconcelos
Mário Soares, o socialista Engenheiro do futuro
Álvaro Cunhal, o comunista O revolucionário que preferiu a paz
Sá Carneiro, o “santo” O meteoro que se fez lenda
Freitas do Amaral, o centrista De “fascista” a “socialista”
Palma Inácio, o último preso O aventureiro da liberdade
Três Marias, as subversivas O temporal das mulheres-coragem
Os Músicos A metamorfose dos baladeiros
VENCIDOS
Marcelo Caetano, o ditador derrubado O sucessor de Salazar no seu labirinto
Américo Tomás, “venerando Chefe de Estado” “O tempo voltou a turvar-se”
por António Araújo
Silva Pais, o polícia Indefetível do regime
por Irene Flunser Pimentel
Silva Cunha, o colonialista Fugir dos revoltosos
Rui Patrício, o diplomata Guardião do Império
Mário Bento, o censor Dono do “lápis azul”
Pedro Feytor Pinto, o conselheiro O último porta-voz
Henrique Tenreiro, o pescador “Patrão” do mar
Ramiro Valadão, “O Senhor Televisão” O homem-forte do pequeno ecrã
Jorge de Brito e Agostinho da Silva, os capitalistas Presos sem culpa formada
VISÃO História 25 de Abril e Estado Novo em 20 edições
NÚMEROS ANTERIORES QUE AINDA PODE COMPRAR ONLINE:
Lisboa através dos tempos
As muitas vidas da cidade e a sua transformação ao longo dos séculos são retratadas neste número
Quando a cantiga foi uma arma
A música teve um papel importante na consciencialização da opinião pública, antes e depois do 25 de Abril
Portugal visto pelos estrangeiros
Que pensavam os estrangeiros sobre o nosso país ao longo dos séculos? Como viam o nosso povo? Que juízo faziam sobre a vida nas cidades e nas aldeias? De que forma julgavam os defeitos e virtudes dos portugueses?
As Revoluções Francesas na VISÃO História
Fiel à história e à tradição, a França continua a revoltar-se. Protesta, no século XXI, contra o aumento da idade da reforma, tal como no século XVIII se tinha insurgido contra a subida do preço do pão. Afinal, porque são os franceses tão combativos? É a pergunta a que tentamos dar resposta no novo número da VISÃO História
Portugal, 24 de abril: como era o País nas vésperas da revolução
Como funcionava o sistema político do Estado Novo? +Quem eram os «donos disto tudo»? Quantos portugueses viviam em barracas? O que se passava na guerra colonial? Como é que os capitães prepararam a revolução de 1974?
55 Mulheres Portuguesas na VISÃO História
As vidas de figuras femininas extraordinárias que derrubaram barreiras e lutaram para concretizar os seus sonhos ao longo dos séculos
O massacre de Wiriamu e a vigília da Capela do Rato, na VISÃO História
Há 50 anos, o massacre de Wiriamu, em Moçambique, e a vigília pela paz na Capela do Rato, em Lisboa, despertaram consciências e apressaram a queda do Estado Novo. Os dois acontecimentos são o tema do novo número da VISÃO História, já nas bancas e à venda na loja online
O Antigo Egito na VISÃO História
Dois acontecimentos fazem de 2022 o «ano do Egito»: a descoberta, há um século, do túmulo do faraó Tutankhamon e a decifração, há dois séculos, da escrita hieroglífica. Assinalamos a dupla efeméride na nova edição da VISÃO História, já nas bancas e à venda na loja online