Um novo número da VISÃO História está nas bancas. Com os olhos postos nos 50 anos do 25 de Abril, que se comemoram em 2024, dedicamos esta edição ao papel relevante que os músicos tiveram na consciencialização da opinião pública sobre o que se passava à sua volta –sobretudo nos tempos da ditadura, mas também depois da revolução, no PREC.
José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco e Sérgio Godinho são algumas das personalidades cujo percurso é recordado – o de Sérgio Godinho (igualmente) na primeira pessoa. Aliás, são várias as entrevistas nesse número, além da do autor de A Liberdade está a passar por aqui: Rui Pato, que durante anos acompanhou José Afonso à viola; Arnaldo Trindade, dono da histórica editora de discos Orfeu; e Francisco Fanhais, músico.
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SUMÁRIO
Cronologia: vozes ao alto
MUNDO
Contra quem, camaradas?
É, para uns, o lado bom da globalização. Para outros, um flagelo que se eterniza. A música, como palco e banda sonora de batalhas, protestos e denúncias, de forma mais explícita ou mais dissimulada, não perdeu alcance. Estava certo quem sentenciou: a cantiga é uma arma. Por João Gobern
A história d’A Internacional
Ouvida normalmente com emoção por quem se reclama de esquerda, A Internacional é a música política, social e revolucionária por excelência. Por Luís Almeida Martins
Brasil: caminhando e cantando
No Brasil, em mais de 20 anos de ditadura militar, o protesto musical cresceu e multiplicou-se. E não só com Chico Buarque e Caetano Veloso
ANTES DO 25 DE ABRIL
Apreenda-se! Documentos confidenciais sobre os ‘Vampiros’
José Afonso e Adriano Correia de Oliveira: Um grande «não» para ser dito
Adriano Correia de Oliveira e José Afonso marcaram a canção de intervenção portuguesa. Tiveram o fado de Coimbra como origem comum, foram amigos e abanaram o País com músicas como Os Vampiros ou Trova do Vento que Passa. Histórias cruzadas deles e de outros. Por João Pacheco
Heróicas: no princípio era Fernando Lopes Graça
O Movimento de Unidade Democrática e as eleições de 1945 foram o campo em que germinaram as sementes da música contra a ditadura
Entrevista a Rui Pato: «Zeca e Adriano eram muito diferentes»
Foi o acompanhante à viola por excelência de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira. Hoje, o «miúdo» que se estreou nessas lides aos 16 anos evoca tempos passados
Entrevista a Arnaldo Trindade: «Se tive algum mérito, foi não ter medo»
Criou a editora Orfeu em 1956, com discos de poesia, e durante anos foi editor de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, entre outros importantes cantores e músicos das décadas de 60 e 70. Conversa com um homem de vida cheia. Por Cláudia Lobo
Cantores no exílio: De França, com ardor
Luís Cília, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Tino Flores e outros acenderam no exílio a chama da revolução musical. Por Ricardo Andrade
Zip-Zip, hurra!
No célebre programa de TV de Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raul Solnado surgiram, para o palco do País, cantores de protesto que atuavam na semiclandestinidade – de José Barata-Moura a Manuel Freire, passando por Rui Mingas. Por J. Plácido Júnior
Mundo da Canção: a revista que a PIDE apreendeu
Avelino Tavares foi a alma da revista ‘Mundo da Canção’, criada em 1969 para «ajudar a construir uma canção diferente»
Entrevista a Francisco Fanhais: ‘Um grito de presença e insistência’
A ‘Cantata da Paz’ tornou-se o hino dos católicos que lutaram contra o fim da Guerra Colonial
Crónica: Canto livre no liceu
Uma sessão com Manuel Freire e José Jorge Letria, no final de 1972, pelos olhos de um jovem, Pedro Caldeira Rodrigues, hoje jornalista
O último concerto em ditadura
Já cheirava a revolução naquela noite de 29 de março de 1974 em que Grândola, Vila Morena foi cantada em coro por milhares de vozes no Coliseu dos Recreios. O regime ainda tentou cancelar este I Encontro da Canção Portuguesa, mas já não lhe sobravam forças
DEPOIS DO 25 de ABRIL
A liberdade está a passar por aqui
Depois do 25 de Abril, a música de intervenção pôde, finalmente, eclodir em liberdade, participando em pleno no PREC, o Processo Revolucionário em Curso. Por Hugo Castro
Como nasceu ‘Companheiro Vasco’
Uma das mais icónicas canções do PREC foi feita por mera necessidade: faltava um tema para o lado B de um single do duo Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo
As garras do G.A.C.
A atribulada história do Grupo de Ação Cultural, com José Mário Branco à cabeça da fundação, que fez uma revolução à sua maneira – até ficar sem fôlego
Bandeiras Vermelhas
O Coro Popular O Horizonte é Vermelho foi o braço ‘cantante’ do MRPP. Por Clara Teixeira
Festival RTP da Canção 1975: o primeiro sem Censura
Alerta, do GAC e de José Mário Branco, agitou o Festival RTP da Canção de 1975, mas foi outro o tema que representou o Portugal revolucionário na Eurovisão
Entrevista a Sérgio Godinho: «Endoutrinar pessoas com canções nunca fez parte do meu ADN»
O escritor de canções que refletem as nossas vivências nos últimos 50 anos gosta de ser visto como um artista livre, rejeita grandes nostalgias e desconfia do poder da música para mudar o mundo. Por Pedro Dias de Almeida
O último concerto: Zeca, sempre
Sujeito às leis implacáveis da natureza, o mais importante renovador da música portuguesa do seu tempo despediu-se do público uma escassa dúzia de anos depois do 25 de Abril, mas logo ressuscitou sob diferentes formas. Por Viriato Teles
‘Consolida, filho’
Na ressaca do PREC, José Mário Branco mostrou toda a sua tristeza e raiva num protesto visceral contra a vinda do FMI