Não há nenhum cenário que permita cumprir Paris só através da descarbonização do setor energético. Logo, temos de reduzir a quantidade de energia para criar riqueza económica. Se não o conseguirmos fazer, a alternativa para reduzir drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa é… reduzir o PIB.
Foi assim que Tiago Domingos, professor de Ambiente do Técnico, começou a sua apresentação, durante a cerimónia de entrega dos Prémios Verdes VISÃO – ADP, esta segunda-feira, 5, na Fábrica da Água, em Lisboa.
Mas, devido à ineficiência dos nossos sistemas de energia, não é fácil reduzir a energia sem comprometer o crescimento, alertou o professor universitário, que leciona também a primeira cadeira de Crise Climática e Transição Justa do País.
É verdade que o crescimento económico do passado (e que nos permite ter hoje um PIB per capita real cinco vezes superior do que tínhamos há 50 anos) foi feito à base de energia nos setores da agricultura e da indústria, através do uso de máquinas. Isso, no entanto, não se está a verificar em setores como saúde ou educação (um professor hoje tem tantos alunos hoje numa sala como teria há 400 anos). Mas a solução poderá estar na Inteligência Artificial. Apoiados nesta nova ferramenta, será possível virmos a ter crescimento económico pouco intensivo em energia. É a Inteligência Artificial que vai permitir aumentar a produtividade dos trabalhadores, concluiu Tiago Domingos.
Veja o vídeo da apresentação.