Muitos dos ativistas chegaram a Glasgow após viagens de centenas ou mesmo milhares de quilómetros, dando o pontapé de saída para as manifestações planeadas para decorrer em paralelo com a 26.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), que vai decorrer até 12 de novembro na cidade escocesa.
Ao fim da tarde, a ativista sueca Greta Thunberg, de 18 anos, chegou de comboio a Glasgow, após ter participado no dia anterior, em Londres, numa ação de jovens ecologistas contra o papel das instituições financeiras na crise climática.
Rodeada pela imprensa à chegada, a figura emblemática do movimento “Fridays For Future” não prestou declarações. Deverá tomar a palavra durante uma marcha pelo clima no próximo sábado.
Procedentes de Espanha, da Bélgica ou da própria Escócia, os manifestantes desfilaram pelo centro da cidade, brandindo cartazes com palavras de ordem como “Ações agora!”, “Ações e não palavras” e “Fim às energias fósseis”.
“Esperamos medidas mais ambiciosas, que os nossos líderes políticos tenham consciência da urgência da situação, porque os nossos filhos, os nossos netos correm o risco de viver num mundo muito mais complicado, que vai sofrer perturbações climáticas graves”, disse Dirk Van Esbroeck, reformado belga de 68 anos, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Com cerca de 20 outros membros do grupo “Avós pelo clima”, Van Esbroeck viajou até Edimburgo de comboio e fez depois a pé o percurso até Glasgow.
“Entre as declarações e a ação, há uma grande distância”, acrescentou o sexagenário, que tem cinco filhos e 12 netos.
Na COP26 esperada a presença de mais de uma centena de dirigentes mundiais, entre os quais os presidentes norte-americano Joe Biden, francês Emmanuel Macron e o indiano Narendra Modi.
Milhares de ativistas do clima de todo o mundo estão também a convergir em Glasgow. Uma manifestação agendada para a próxima sexta-feira tem prevista, segundo a organização, a participação de 100.000 pessoas.
“Estamos aqui para exigir justiça climática” para os países do Sul, explicou Becky Stokes, tradutora de 31 anos que viajou desde Espanha. A COP26 constitui “uma última oportunidade”, considerou, esperando “ver medidas concretas”.
Para Maciej Walczuk, “já houve 25 COP e a situação climática nunca foi tão má”. Este estudante de 19 anos espera uma “conferência diferente” desta vez, que “se comprometa a agir para salvar vidas”.
De acordo com a polícia escocesa, cerca de 10.000 agentes de todo o Reino Unido serão destacados diariamente durante a COP26, o que representa a maior operação de manutenção da ordem alguma vez realizada na Escócia.
ANC // JMR