A construção do edifício Botton-Champalimaud Pancreatic Cancer Centre, a cargo da Mota-Engil, foi suspensa há duas semanas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) devido à remoção, sem alvará, de solos com resíduos perigosos e outros que poderão também estar contaminados.
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Saíram da obra milhares de toneladas de resíduos que foram depositados em pedreiras e outras obras como se se tratasse de simples areia, mas na realidade não foi feito, como manda a lei, um estudo geoambiental que confirme a não existência de solos contaminados.
Pelo contrário: aquela zona de Lisboa, onde está a ser construída a ampliação da Fundação Champalimaud (uma referência mundial na investigação do cancro), é suspeita de estar contaminada. Pela estimativa da VISÃO, mesmo que apenas 20% dos resíduos que já saíram da obra estivessem contaminados, foi poupado cerca de meio milhão de euros – é muito mais barato enviar resíduos para aterro simples do que tratá-los.
Além destas terras potencialmente contaminadas, a CCDR-LVT justifica o embargo da obra também com o facto de 700 toneladas de resíduos perigosos, com hidrocarbonetos (que podem provocar cancro, em caso de exposição prolongada), terem sido remexidas sem a licença obrigatória. Esses solos foram encaminhados para um centro de tratamento. A CCDR-LVT encontra-se neste momento a preparar o auto de notícia para entregar à fundação.
Leia toda a história na edição desta semana da revista VISÃO, incluindo a explicação da Champalimaud e as informações prestadas pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática.