Depois de passar a pente fino os dados sobre a temperatura e a mortalidade de mais de 850 áreas urbanas em 30 países europeus, um grupo de investigadores conseguiu projetar as possíveis mortes relacionadas com temperaturas extremas entre 2015 e 2099: 2,3 óbitos a mais causados tanto por calor como frio extremos, se os países não adotarem medidas para combater as alterações climáticas.
Os resultados, publicados na Nature, foram obtidos através de modelos climáticos, que sugerem que, apesar de as temperaturas ameaçarem a vida humana tanto num extremo como no outro, o calor é pior.
Espanha, o sul de França, Itália e Malta são as regiões mais afetadas de acordo com esta previsão.
Na Europa, as mortes causadas pelo frio ainda são em número 10 vezes superior ao das provocadas pelo calor. Os investigadores acreditam que com o aumento da temperatura a nível global, esta tendência deverá inverter-se.
Pierre Masselot, epidemiologista ambiental e estatístico na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, e os restantes envolvidos no estudo, analisaram quatro cenários para o futuro, com diferentes aumentos de temperatura – 1.5°C, 2°C, 3°C e 4°C – e outros três envolvendo estratégias dos países para reduzir as mortes relacionadas com o calor em 10%, 50% ou 90 por cento.