A mala de viagem tinha sido registada como contendo “lembranças”, mas os funcionários da alfândega das Galápagos, da ilha de Baltra, encontraram mais do que souvenirs: 185 tartarugas-das-galápagos bebés, com menos de 3 meses, embrulhadas em plástico. Dez já estavam mortas.
De acordo com o comunicado do Aeroporto Ecológico dos Galápagos, a mala, que seguia para o Equador continental, tinha sido deixada no aeroporto por uma empresa transportadora e tinha a indicação de estar cheia de “lembranças”. Ao passar na máquina de raios-x, levantou suspeitas e foi, por isso, revistada.
As entidades competentes ainda não sabem de que ilha vêm as tartarugas, porque a sua carapaça, que ajuda a identificar cada subespécie, ainda não está desenvolvida o suficiente. Mas encontram-se agora seguras, ainda no aeroporto, como se pode ler no comunicado. “Com o objetivo de proteger a vida das tartarugas foi criado um espaço dentro das instalações do aeroporto para que os animais se possam mover com segurança”.
Até agora, ainda ninguém foi preso, mas os trabalhadores da empresa estão a aguardar para serem questionados. A pena para quem trafica animais das Ilhas Galápagos varia entre 3 e 5 anos de prisão. O crime de tráfico desta espécie é lucrativo: estes animais bebés podem valer mais de €4 mil cada.
A tartaruga-das-galápagos é a maior espécie de tartaruga terrestre do mundo, podendo crescer até 1,80 metros e pesar até 400Kg. É também das que mais tempo vive, com uma esperança média de vida de aproximadamente 100 anos, algumas ultrapassando mesmo os 150 anos. Muitas das subespécies destas tartarugas encontram-se ameaçadas e são, por essa razão, protegidas pelo governo do Equador desde 1970.
Quando Charles Darwin visitou a ilha, no século XIX, existiam 15 espécies de tartarugas gigantes; hoje restam 10. São várias as razões que levaram a isto, entre elas, as ameaças que as espécies não nativas representam. Os esforços de reprodução em cativeiro por parte do centro de investigação Charles Darwin Research Station estão a ter um impacto positivo neste problema, mas o contrabando continua a ser uma barreira à proteção destes animais.