Quando Susana Felicidade, 39 anos, e Tânia Pereira, 36 anos, decidiram concorrer à exploração do restaurante da Associação Nacional de Farmácias, que ocupa um antigo palacete do século XIX, não lhes passava pela cabeça a hipótese de ficarem… com outro restaurante. Foi durante um jantar, em casa de amigos, que souberam que iria abrir o concurso e, nessa altura, nem uma nem outra, conheciam sequer o espaço. Dois anos e sete meses depois da abertura da Taberna Ideal (outubro 2008), e depois da Petiscaria Ideal em março de 2010, ambos na Rua da Esperança, pensavam, finalmente, “ter tempo para nós próprias”, diz-nos Susana.
Mas após uma visita ao local decidem apresentar um projeto. “O espaço era fantástico, mas foi preciso pensar que tipo de restaurante faria ali sentido e como iría-mos aproveitar o espaço exterior”, explica Susana. Este era, portanto, um desafio totalmente novo, embora tivesse de haver continuidade nas suas linhas de orientação. “Somos 100% portuguesas ou melhor, 99,9%, porque vendemos Coca-Cola, e da decoração ao que é servido, tudo é nacional.”
O conceito de partilha, o serviço informal, a comida tradicional, com um toque contemporâneo, os vinhos portugueses (e a copo, se o cliente o desejar), de pequenos produtores, eram regras que tinham de ser cumpridas. “Peguei no que eu chamo ‘a minha cozinha com produtos de qualidade’ como um bom azeite, o peixe do mar e o marisco, a carne biológica ou a carne de porco preto e avancei mais um patamar.” Até porque o espaço era perfeito: a localização, a esplanada, o estacionamento, o espaço interior mais requintado, permitia oferecer produtos de maior qualidade.
Faltava, então, arranjar um nome, mas quando visitaram o Museu da Farmácia, não tiveram dúvidas: Pharmácia, com ph porque o ambiente seria “anos 50”, com elementos decorativos das antigas farmácias e laboratórios. Talvez tenha sido esse o segredo para terem ganho o concurso…
A ESPLANADA E OS JANTARES DE FESTA
Três meses de obras depois, a Pharmácia abria as portas em maio. A decoração da responsabilidade de Tânia contou com o contributo do museu, que cedeu os móveis guardados em armazém, expostos agora na sala de almoços e jantares, e também algumas peças que recriam um antigo consultório médico como uma cadeira de dentista, e que funciona como sala de espera. As cadeiras e mesas foram todas “salvas” de destino incerto e devidamente recuperadas.
A ementa de almoço, servida no restaurante, é a mesma que servem na esplanada (das 13 às 23 horas). Esta ementa é fixa e à base de petiscos: à Brás de lavagante, à Brás de camarão, escabeche de perdiz, escabeche de codorniz, escabeche de carapau, xerém de amêijoas, xerém de conquilhas, arroz de lingueirão, vários tipos de migas (de sapateira, por exemplo), rosti de batata doce com crème fraîche e salmão, arroz de grelos, arroz de tomate, picapau do lombo, tibornas, croquetes ou charutos de alheira.
A partir das 20 horas têm lugar os jantares de festa com o “Menu Passa-Me A Travessa”. Trata-se uma ementa mais elaborada, escolhida por Susana, que inclui três entradas, um shot de sopa fria ou quente, um prato de peixe, um prato de carne e um sortido de sobremesas. “Chama-se assim porque queremos ter uma mesa farta, de festa, onde haja muita coisa… Que nos recorde os aniversários, a Páscoa ou o Natal em família” explica. “Trata-se de formalizar o que já acontecia na Taberna ou na Petiscaria, quando alguns clientes habituais não queriam escolher a ementa e nos pediam para serem surpreendidos.”
E,quando há festa, a mesa tem que estar posta a rigor, com louça mais requintada: serviços Bordallo Pinheiro e Secla, talheres de prata e copos de pé alto, e uma iluminação pensada para a ocasião.
No menu da noite, Susana aposta nos pratos de forno, como um borrego assado e acompanhado por legumes grelhados e arroz de borrego e enchidos no forno ou um pato recheado. E nos peixes: açorda de corvina e cherne (com muito tomate, como se faz no Algarve), caldeiradas de peixe, arroz de marisco e massadas de peixe. Nas sobremesas também há novidades, como a mousse de chocolate com laranja e moscatel roxo. Ah! e se quiser até pode repetir.
‘Receitas’ com carta
- Bar de cocktails para acompanhar a refeição e outras bebidas para desfrutar da esplanada (limonada, capilé, groselha, mazagrin, caipironho, caipimel)
- A cozinha encerra às 23 horas
- Esplanada, durante a hora do jantar (20h-23h), o menu é reduzido para não comprometer o serviço no interior
- Almoço à carta, €15/20 euros (mínimo)
- Jantar “Menu Passa-Me A Travessa”, €28 euros, bebidas à parte
- Grupos com mais de 10 pessoas possibilidade de reservar a Sala Oval (até 12 pessoas) ou a Sala de Madeira (até 26 pessoas, com acesso à esplanada)
- Estacionamento gratuito no edifício da ANF, durante a semana, a partir das 19 e 30, e ao fim de semana, todo o dia
CONTACTO
Pharmácia
R. Marechal Saldanha, 1, Santa Catarina, Lisboa
Tel/Fax 21 346 21 46
Ter-Dom, 11h-23h