Paulo Mendes Pinto
Leão XIV, um caderno de encargos: dialogar com o indialogável
O novo Papa não é um homem de Donald Trump, apesar de ser norte-americano. Leão XIV é, mesmo, uma “bofetada de luva branca” que o colégio de cardeais deu à soberba do Presidente norte-americano
Trump e a tentação papal
Chegados ao segundo mandato de Trump, e com Francisco em franca debilidade física, o Presidente dos EUA nomeou em dezembro último Brian Burch, presidente e cofundador da CatholicVote, como embaixador dos EUA no Vaticano
O lugar de Francisco na História
Nos próximos dias, até ao conclave, os cardeais eleitores terão um árduo trabalho de reflexão sobre esse legado. E a questão será simples: o próximo Sumo Pontífice deverá ser um Francisco II, um quase-Francisco, mas mais “calmo” nas mudanças, ou um anti-Francisco. Em nenhuma das equações, Francisco fica de fora, tal foi a marca que ele deixou
Goya Lopes, e a tessitura das identidades
Goya Lopes, artista baiana consagrada na área do têxtil, é o rosto mais sólido do trabalho lento que procura cerzir a investigação com a criatividade, dando material contemporâneo a quem queira beber no leite materno da cultura africana que construiu o Brasil
Festas de Loucos e Carnavais, recuperando um poema de Maquiavel
É que, tal como o Carnaval, toda e qualquer atividade humana não se esgota numa das vertentes com que catalogámos a nossa vida nos dois últimos séculos. Não há social sem religioso, não há ideias sem cultura, tal como não há mentalidades sem política e normas que nos organizem
A sede da perda, ou o “Co[r]po Vazio” de Natália Timerman
O copo vazio é a perfeita síntese deste livro de Natália Timerman, a história de uma perda, do fim de uma relação amorosa, que deixa esse vazio imenso que é um copo sem nada. Mas é uma perda, e esse é o drama da narrativa, que vai além da perda em si
"António Gedeão. Príncipe Perfeito", de Cristina Carvalho. Ensaios biográficos com “registo de interesse”
Nos mais pequenos detalhes do quotidiano, Cristina Carvalho procura encontrar os traços do génio, aquilo que o suportava, com rigor e exigência, num constante ritmo de trabalho
Pompeu Martins, e a voragem de se ser
Pompeu Martins, neste seu livro A Utopia do Não Ser, presenteia cada um dos seus leitores com um arrojado exercício do confronto interior com o tempo, com a criança e com a materialidade do tempo dentro de nós, com os limites do nosso ser, e com a busca do que, afinal, somos
Emma Lazarus, a “velha” Era Dourada
Emma Lazarus, em finais do século XIX, numa época em que os EUA se debatiam também com imensas levas de refugiados e de migrantes, escrevia um texto que algum tempo depois foi escolhido para estar inscrito na base da Estátua da Liberdade
Os “Becos da Memória” que nos traz Conceição Evaristo
Ler o Becos da Memória é um exercício que implica humildade e ser capaz de reconhecer que o coletivo se construiu em cima de muita desgraça, de muita dor. Uma dor de humanos que apenas queriam ser humanos como nós
O 25 de Abril, hoje: Património ou desafio?
(Texto de introdução ao “Nómadas do Pensamento” de 16 de abril de 2024, com Rui Tavares e D. Américo Aguiar)
As “Pobres Criaturas” e o desejo de imagem de Lisboa
Interessante imaginar que é esta a Lisboa que circula um pouco por todo o mundo, resultado de muitos turistas, de muitos Erasmus, de muita diversão. Pena se for apenas isso
Educação em Transformação: salvação ou engano? A vertigem dos desafios que se colocam ao Ensino Superior no Brasil
A capacidade crítica, a vida de mundo, o conhecer a realidade fora do pequeno mundinho de cada um, é a principal formação a adquiri numa instituição de ensino superior. A Universidade serve para isso: para dar capacidades, não técnicas, mas de vivência, de saberes cognitivos e relacionais
Manifesto de Óbidos pela língua portuguesa: Por uma língua de culturas que seja também uma língua de ciência
É estranho, e sintomático, convenhamos, que seja necessário fazer e colocar nas bocas do mundo um Manifesto que procura dar corpo a um processo de valorização da língua portuguesa como língua de ciência
Tudo é Rio, de Carla Madeira
Tudo é Rio, de Carla Madeira, é um caminho que nos leva a lugares nunca antes imaginados onde os mais profundos pensamentos são postos à prova. Não se trata de uma torrente a água deste texto, mas sim de um caudal que nos lava dos preconceitos e nos mostra que a realidade do humano pode ser muito simples na complexidade
Conhece a história da Preta Fernanda? O esquecimento das vítimas do passado
Da mesma forma como se silencia o lugar da escravatura, o seu peso na construção do capitalismo, fazemos o mesmo em relação a judeus e muçulmanos. Continua a não existir em Lisboa um memorial às vítimas da Inquisição, além dos portugueses quase nada saberem sobre essa parte da sua identidade
A filiação latina: de Diana a Ulisses
Nesta força imensa de querer remeter as origens para Roma, várias cidades formularam os seus gentílicos com nomes derivados da onomástica latina. Quem é de Santarém é escalabitano, tal como quem é de Idanha-a-Velha é egitaniense ou, mais estranho ainda, quem é de Castelo Branco vê a sua designação ser “traduzida” com um sabor a latim, e são albicastrenses. E muitos outros exemplos poderiam ser dados. Mas o caso mais enigmático, pelo que de inverosímil tem, é o de Lisboa com o mito de origem do nome em Ulisses
Os mitos de origem e a etnicidade
A primeira parte da série de artigos sobre a essência da portugalidade e a mitologia nacional, numa abordagem pós-moderna, pós-nacionalismos, pelo professor Paulo Mendes Pinto
O que é isto da Portugalidade?
O professor Paulo Mendes Pinto inaugura uma série de artigos sobre a essência da portugalidade e a mitologia nacional, numa abordagem pós-moderna, pós-nacionalismos
A “des-simbolização” da sociedade em tempo de Trevas e do Sol Invicto
Apesar de, atualmente, quando nos apercebemos do estado do tempo, o fazemos apenas no sentido metereológico, que no fundo nos leva a decidir se vamos com roupa mais quente, menos quente, mais agasalhados, menos agasalhados.... o tempo é também uma dimensão psicológica, mental, que nos afeta muito para além de sabermos se amanhã vai chover, ou não