Filipe Luís
Perdemos um amigo
Alguns Papas foram apenas católicos, outros foram burocratas, muitos foram administradores, outros estadistas. Alguns foram bondosos, outros políticos argutos ou personalidades influentes. Houve pecadores corrosivos, dissolutos e tóxicos, mas também houve santos. A História recordará Francisco como o primeiro Papa cristão dos últimos mil anos
Debates, modo de usar
Os principais partidos – a que se junta, nesta campanha, a IL… – evocam muito a “estabilidade”, convencidos de que o eleitorado a deseja. Ora, se os eleitores desejassem estabilidade, não votavam como têm votado, fragmentando as suas escolhas e esvaziando, progressivamente, os partidos do centro
As promessas e a realidade
Há alguns pontos de contacto entre o que se dizia na campanha eleitoral de 2011, depois da assinatura do memorando da troika, e a atualidade, o primeiro dos quais é o de não nos estarem a dizer a verdade
O almirante e as elites
As suas declarações genéricas e redondas, que podiam ser subscritas, também genérica e redondamente, por qualquer cidadão com bom senso, fazem de um homem que se esperava disruptivo alguém a quem os brasileiros chamariam um “político chuchu” – não tem um sabor definido ou, melhor ainda, não sabe a nada
Moda Sócrates primavera/verão
A entrada, de rompante, de José Sócrates pela pré-campanha adentro, no ano em que se inicia o julgamento do Processo Marquês e poucos dias após o anúncio da respetiva data, é como a frase do velho anúncio do Restaurador Olex: não é natural. Mas é intencional. Sócrates volta a estar na moda
Ventura vota útil no PS
Marcelo não podia fazer nada: “Não se pode confiar e desconfiar ao mesmo tempo.” É como no futebol: não se está um bocadinho fora de jogo. Ou se está, ou não se está. Para Montenegro, o VAR é o voto popular. Para o PS, o VAR é a CPI. E a Justiça, com a “averiguação preventiva”, ainda está a analisar o lance
Moção de desconfiança
Na verdade, querer, querer… ninguém quer eleições. Mesmo o Chega tem um problema
Um homem a cavalo
Depois de tanto escarcéu em torno de Fernando Medina (e de Duarte Cordeiro), por suspeitas de corrupção, no âmbito da Operação Tutti-Frutti, os respetivos processos foram (obviamente) arquivados. É possível que Medina não tenha sido candidato à liderança do PS por ter este caso pendente. E agora? E se ele, do nada, ocupando o vazio (até ao momento em que se escreve este texto), tomasse a dianteira e se candidatasse a Belém?… Se Centeno podia, porque é que ele não pode?...
Kebab e bacalhau com grão
Apostaríamos que Pedro Nuno Santos já comprou, numa ou noutra ocasião, fantasias de Halloween para o seu filho de 7 anos. Provavelmente, nem por um momento lhe passou pela cabeça que a celebração do Halloween é uma importação cultural, imposta, sub-repticiamente, pelo soft power capitalista (aliás, tal como o São Valentim), em “desrespeito” – se quisermos caricaturar, claro! – pelos “nossos valores culturais” ou o “nosso modo de vida”
Bochechas, marcas brancas e TV a preto e branco
Esta circunstância favorece o único que se apresenta sem pedir licença e o que tem o que os outros não têm: carisma. O almirante Henrique Gouveia e Melo representa o regresso do “país da televisão a preto e branco”, só lhe faltando as “suíças” de Eanes para compor o quadro do “conta-me como foi”. Mas é o que é
Faltam generais a Pedro Nuno Santos?
O que faz hesitar Pedro Nuno em aprovar um candidato a Lisboa é a falta de generais. Ganhar as autárquicas, em geral, e, em particular, Lisboa, será crucial para a sua afirmação. Terá, pois, de acertar em cheio. Mas quem?
O sonho REM de Luís Montenegro
Ninguém fala àquela velocidade. E o que o primeiro-ministro disse também será parte de um sonho, no sentido freudiano em que um sonho é, sempre, a realização de um desejo. E o desejo, nesta “mensagem-REM” de Montenegro foi o de descrever Portugal como “um referencial de estabilidade”
A arte, o artista e a sociedade*
A receita da simpatia não funcionou com Jerónimo e tem falhado, clamorosamente, com Raimundo. Também o Belenenses é um clube com que toda a gente simpatiza ‒ e veja-se onde está o Belenenses...
Venham a mim os pensionistas
São muito numerosos e o seu peso eleitoral pode definir quem vai governar. Por isso, um tal aumento de pensões seria uma medida para guardar: ela daria muito jeito em ano eleitoral e Montenegro não queria gastá-la já. Mas Pedro Nuno prefere que o cartuxo seja agora queimado
Lições sobre o caso INEM
A negligência política e técnica relacionada com a falta de previsão dos efeitos de uma greve desta natureza é por de mais evidente
O dia D do Orçamento
Veremos se os votos combinados de PS e Chega, nalgumas matérias, não poderão mesmo dinamitar o documento aprovado na quinta-feira
Danças com cidadania
O Chega acha que, por os socialistas se absterem no Orçamento, PS e PSD são iguais. Significa, portanto, que quando PCP, BE e Chega votam, todos juntinhos, contra o Orçamento, isso faz do partido de André Ventura uma força política igual a comunistas e bloquistas
O incêndio do Orçamento
Querem um governo reformista? Deem-me um governo que gaste uns milhões, muitos milhares de milhões, a recuperar o território destruído e as suas populações, a mudar a paisagem, a ordenar a floresta e a repovoar um País desertificado
TAP, a bomba-relógio política
O caso faz arder as mãos de Luís Montenegro como castanhas quentes