Março deverá ser um mês de muita precipitação e temperaturas acima do normal, segundo as últimas previsões de Alfredo Graça, especialista da Meteored Portugal. De acordo com as estimativas do geógrafo, o primeiro mês da primavera climatológica deverá ficar marcado por uma anomalia térmica positiva – ou seja, temperaturas ligeiramente superiores ao normal para a época do ano – em quase todas as regiões a norte do rio Tejo. Esta anomalia já é notória, com valores médios de temperatura cerca de 3 ºC mais elevados do que em fevereiro, nas regiões do interior. A subida é mais moderada nas regiões do litoral.

Já para os arquipélagos dos Açores e Madeira, não estão previstos valores de temperatura diferentes à média climatológica, que costuma rondar os 18 ºC e os 20 ºC, respetivamente.

Março vai ser um mês muito chuvoso

As previsões apontam para um mês de muita precipitação, sobretudo nas regiões a sul do rio Mondego. Já os distritos de Évora e Beja podem apresentar anomalias superiores a 50 mm, valores muito acima da média de precipitação mensal. O Minho é a única região em que se prevê chuva dentro dos valores de referência, e até inferior à média em alguns locais.

Geralmente, o mês de março costuma registar valores de precipitação média superiores aos 100 mm nos distritos de Viana do Castelo e Braga e de valores aproximados nos distritos do Porto e Viseu e arquipélago dos Açores. Nos distritos de Évora, Beja e Faro a precipitação média total costuma rondar os 40 mm, e na Madeira chega aos 60 mm.

Guernica, o impressionante mural de Picasso pintado em 1937, foi assumido pelo artista como “uma declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”. Inspirado pela Guerra Civil espanhola, transfigurou-se num símbolo da liberdade e num manifesto anti-guerra que não ganhou rugas nem perdeu grandiosidade. Mas quem circulou pelos corredores da feira de arte contemporânea ARCOmadrid 2025, que ontem abriu portas tendo por tema central o Amazonas, não conseguiu ignorar a obra de arte de que se falava: White Washing, de Eugenio Merino. A saber, uma máquina de lavar a loiça, programada para a carga máxima, onde se encavalitam 17 pratos estampados com as caras dos principais protagonistas da extrema-direita mundial. Ali, Giorgia Meloni, acolá Javier Milei, à frente a dominar a fila Donald Trump… O artista espanhol estava por perto, a explicar que a ideia por trás da obra – enfim, como se esta precisasse efetivamente de legenda – era “falar sobre o branqueamento da extrema direita que se tem vindo a desenvolver nas últimas décadas”.

Trabalhar com temas políticas não é uma novidade para Merino: ele já foi processado por ter criado uma representação do general Franco dentro de um frigorífico, acusado, pasme-se, de “prejudicar a honra do já falecido ditador espanhol”. Pois Merino encolheu os ombros e dobrou a parada: juntou-lhe as figuras, também congeladas no sarcófago de frio doméstico, de Mussolini, Pinochet, Mao Zedong ou Hugo Chávez. White Washing não é a única peça com conotações políticas, presente na 44º edição da ARCOmadrid: os conflitos na Ucrânia e na Palestina também se fizeram visíveis, por exemplo. E não é uma Guernica 2.0… Mas é provavelmente a que melhor sintetiza o estado de espírito do mundo da arte nos vários hemisférios: ter vontade de lavar toda a roupa suja provocada por Trump e imitadores. 

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Malhas que parecem veludo, linhas que mimetizam pelo, redes em vez de rendas, fitas de tafetá em lugar de fios de algodão, detalhes prateados, impressos sobre tecidos onde o preto e o branco deram lugar ao azul e ao cinzento.

A menos de uma semana do início da 64ª edição da ModaLisboa, a coleção outono/inverno 2025 de Constança Entrudo, que a própria afirma ser uma celebração dos “second best” [os segundos melhores], descansa já quase toda num charriot, à entrada do seu atelier.

Os materiais, bem como as cores, foram pensados como “as segundas melhores” opções, relativamente àqueles que costumam ser usados pela marca. “Por exemplo, o que costumamos fazer com linhas, surge agora com fitas, ou, sempre que queríamos usar preto, optamos por tonalidades de cinzento ou azul escuro”, conta Constança.

Ainda assim, tal como nas coleções anteriores, a designer de moda mantém-se comprometida com a investigação têxtil e com o desenvolvimento de tecidos sustentáveis criados por si que, a par de um espírito criativo, minucioso e metódico, a têm destacado desde que se lançou em nome próprio, há sete anos.

A nova coleção, explica Entrudo enquanto observa os últimos preparativos no primeiro andar do atelier, é um hino “às segundas escolhas”, aos que se tornam invisíveis, encurralados entre terceiro e o primeiro lugar ou engolidos pela distância que separa a derrota da glória. “A maioria das pessoas é o second best [o segundo melhor] na vida de alguém ou naquilo que faz. Ninguém quer ser, mas somos todos”, assegura, sorrindo.

A maioria das pessoas é o second best [o segundo melhor] na vida de alguém ou naquilo que faz. Ninguém quer ser, mas somos todos

constança entrudo, designer de moda

Munida de um sentido de humor já típico no seu trabalho e de cerca de 50 novas criações, que serão mostradas nesta sexta-feira, dia 7, no Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, ainda que nos custe admitir, Constança prestará um tributo a todos nós.

Recordando-nos ainda que a meritocracia não pode ser sinónimo de uma desumanização alarmante, da qual somos escravos por nunca nos terem ensinado que, mesmo com muito trabalho, nem sempre vamos ganhar. Levante a mão aquele a quem ensinaram realmente a perder.

Rosetas, pódios e muitos confetti

O ponto de partida para estas reflexões, e para a sua materialização nas camisolas, vestidos, casacos, saias, calças, camisas e cachecóis que se encontram no charriot da entrada, conta Constança Entrudo, foi um livro sobre o casamento da princesa Diana com o então príncipe Carlos, onde havia fotografias de rosetas com a cara dos príncipes, que, na altura, muita gente fez para pendurar na rua.

Associadas à ideia de prémio ou condecoração, as rosetas – na coleção surgem reinterpretadas em fita de tafetá e veludo, sobre lapelas de camisas, ou estampadas em serigrafia, na parte frontal de vestidos –, remeteram Constança e Bernardo Cunha, diretor de arte da marca, para “a questão da meritocracia” e de uma “cultura de competição super americanizada, com vencedores e vencidos, em que ninguém quer ficar em segundo lugar”.

Foto: Diana Tinoco

E porque quem fica em segundo, ainda que com o amargo na boca, é obrigado a festejar, confetti não faltam. Surgem recriados em veludo e cozidos a camisolas de manga comprida, estampados em vários dos tecidos, ou ainda como trocadilho, na parte exterior de um vestido comprido, cujo forro é prateado, numa alusão à ideia de que deveríamos celebrar mais os lados positivos do processo, mesmo que este conduza à derrota [em inglês, silver lining tanto quer dizer forro prateado como “o lado positivo”].

Já as linhas, os cortes e as formas trazem à memória equipamentos de modalidades como a ginástica rítmica, a acrobática ou a patinagem artística, remetendo para as grandes competições olímpicas dos anos 1980 e para as meninas prodígio que, nelas, acumulavam dezenas de medalhas ao peito.

Há uma ironia associada, claro, mas também há uma lição. Às vezes, a segunda escolha é a mais sustentável a longo prazo e acaba por ser mesmo a melhor

constança entrudo, designer de moda

Por fim, para a apresentação das peças, no CAM, Constança e Bernardo pensaram numa performance que transmitisse a ideia de celebração do segundo lugar. “Vamos ter vários pódios, instalações e esculturas feitas por nós com tecido drapeado, em que o primeiro lugar é tão alto que nem sequer vale a pena considerar e, por isso, os manequins e performers estão todos no segundo lugar”.

Além dos pódios, tal como nos estádios olímpicos, vão existir ecrãs gigantes com projeções, em grande plano, das caras dos performers, atravessadas por “aquela expressão muito específica associada aos segundos”, sempre em personagem, com um piscar de olhos constante e a suster a respiração.

“Há uma ironia associada, claro, mas também há uma lição”, assegura Constança Entrudo. “Às vezes, a segunda escolha é a mais sustentável a longo prazo e acaba por ser mesmo a melhor”.

ModaLisboa: Second Best, de Constança Entrudo > Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian > R. Dr. Nicolau Bettencourt, Lisboa > 7 mar, sex 17h, 17h20, 17h40 > entrada livre, mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir de 2 horas antes da apresentação (máximo de 2 bilhetes por pessoa)

Os leitores mais fiéis da Exame Informática sabem que valorizamos muito a relação entre o preço e a qualidade nos produtos que analisamos. E este Honor Magic7 Lite deixou-nos com expectativas elevadas desde o início, tendo em conta essa conjugação de fatores. E, podemos adiantar, não desiludiu.

Começamos pelo design: moderno, fino e com linhas simples. O módulo das câmaras segue a estética da versão Pro, apresentando um formato arredondado que sobressai na traseira. O peso também impressiona pela leveza, apenas 189 gramas, garantindo conforto na utilização prolongada, sem provocar fadiga nas mãos.

Ecrã generoso e de qualidade

O ecrã AMOLED de 6,78 polegadas proporciona uma experiência de utilização fluída, graças à taxa de atualização de 120Hz, assim como cores nítidas e vibrantes. Em imagens de alta resolução, conseguimos observar todos os detalhes com uma definição muito boa — um aspeto que nos convenceu, especialmente considerando que este é um smartphone de gama média. Nem sempre encontramos, neste segmento de preço, um ecrã com uma qualidade tão boa. Contudo, há um ponto a destacar: o formato arredondado do ecrã. A curvatura acentuada não nos impressionou, pois provoca reflexos incomodativos durante a utilização.

Fotografia assim-assim

Há já algum tempo que os smartphones substituíram as tradicionais câmaras fotográficas, não só no dia à dia, mas também em momentos de lazer. A verdade é que não é uma tarefa fácil encontrar um telemóvel que tenha câmaras de topo sem gastar valores que rondam, na maiorias das vezes, os mil euros.

A Honor sabe disso, e nesta versão mais ‘básica’, chamamos-lhe assim, implementou uma câmara principal de 108 megapíxeis, que cumpre os mínimos exigidos. O Honor Magic7 Lite consegue captar fotografias com cores bastante fiéis à realidade e um nível de detalhe razoável. Existe ainda a funcionalidade “Fotografia AI”, que podemos ativar, mas na prática a diferença para uma fotografia normal é quase impercetível. A única alteração visível é a aplicação de um ligeiro “filtro” que tenta otimizar a imagem, embora isso só seja notório ao fazer zoom – e, mesmo assim, nem sempre é evidente.

No geral, a câmara é suficiente para quem não pretende gastar muito, permitindo registar momentos importantes com qualidade aceitável.

Já a lente grande angular deixa a desejar, pois a baixa qualidade de captação resulta em imagens com muito desfoque e poucos detalhes percetíveis. Além disso, importa referir que este smartphone não conta com uma lente macro, pelo que fotografar objetos a curta distância não gera bons resultados – as imagens ficam com fraca definição e nitidez. A câmara frontal (selfie) cumpre sem deslumbrar. Consegue produzir fotografias nítidas e com qualidade razoável, embora os detalhes mais precisos percam alguma definição.

Som qb. e autonomia para um dia

Embora o som não seja o fator mais determinante na escolha de um smartphone, continua a ser um ponto importante, sobretudo para os utilizadores mais exigentes. O Honor Magic7 Lite está equipado com dois altifalantes – um na parte inferior e outro na parte superior do dispositivo. Esta configuração garante uma boa projeção sonora, mesmo em ambientes exteriores. No entanto, ao aproximar-se do volume máximo, torna-se percetível uma distorção considerável do som, o que compromete a experiência.

Já a autonomia é um dos grandes destaques. Com uma bateria de 6600 mAh, conseguimos, durante os testes, um dia inteiro de utilização sem preocupações com carregamentos. Por fim, o preço parece-nos equilibrado face às características oferecidas, tornando o Magic7 Lite uma das melhores opções disponíveis no mercado até aos 400 euros.

Tome Nota
Honor Magic7 Lite – €399
Site: honor.com/pt

BENCHMARKS Antutu 554696 l CPU 148464 l GPU 97818 l Memória 183528 l UX 124686 l 3D Mark: Wild Life Extreme 613 (3.67 fps) l Wild Life Stress Test 614 l Geekbench 6 CPU 943 (single) / 2763 (multi) l GPU 1324 l PCMark Work 3.0 12124 l Autonomia: 14h25m

Ecrã Muito Bom
Autonomia Muito Bom
Construção Bom
Fotografia Satisfatório

Características Ecrã AMOLED 6,78” ( 2700 x1224, 120Hz, 4000 nits máx.) ○ Processador: Qualcomm Snapdragon 6 Gen 1 ○ GPU: Adreno A710 ○ RAM: 8 GB ○ Armaz. Interno: 512GB ○ Câmaras traseiras: principal 108MP (F1.75) ; Câmera Grande Angular de 5MP (F2.2); Câmara frontal: 16MP (F2.45) ○ Bateria: 6600 mAh ○ Bluetooth 5.1 ; Wi-Fi 5 ; USB-C ○ MagicOS 8.0 ○ 162,8×75,5×7,98 ○ 189g

Desempenho: 4
Características: 3,5
Qualidade/preço: 4

Global: 3,8

De Astrologia e Astronomia, sei tanto quanto de fusão a frio. Nunca consegui distinguir no céu as constelações e, quanto ao alinhamento dos planetas, parece que sim que ocorreu aqui há dias um, mas sinceramente não dei por nada.

Já o Mercúrio retrógrado… ah esse sem dúvida está ao rubro como compete ao dito planeta.

Nas últimas semanas, fomos assistindo, em crescendo, a acontecimentos tão graves e tão coincidentes no tempo que só são possíveis de explicar através dos astros.

Comecemos com a hospitalização do Papa Francisco.

Mais do que um chefe de governo ou até mesmo do que o chefe duma Igreja, o Papa Francisco representa, para crentes e não crentes, o lado luminoso da Força. É um guia espiritual respeitado pela sua imensa humanidade e simplicidade e mesmo para os que se dizem ateus a sua hospitalização e a quase certeza não verbalizada que não mais sairá com vida do hospital, representa o fim de uma era. Há quem diga que a morte terá já ocorrido e que aquele que, para muitos, era a voz dos que não têm voz, respira artificialmente, numa tentativa de retardar a convulsão que o seu desaparecimento e substituição irão causar.

Entretanto, o apelidado cessar-fogo em Gaza vai-se tornando numa horrenda farsa à medida que os dias se sucedem. A continuar assim não será necessário realojar a população palestiniana para transformar toda a região na Riviera do Médio Oriente com que sonham Netanyahu e Trump: o genocídio terá tido sucesso total. Nem Hitler conseguiu melhor.

Há três anos, a 24 de Fevereiro, convidada por uma estação de TV para comentar incursão da Rússia na Ucrânia, e respondendo ao jornalista sobre se achava que iria haver guerra, respondi que não era uma questão de “achar” mas sim de ler os sinais e a História, olhar os protagonistas e as forças geopolíticas e sobretudo geoeconómicas para ter a certeza que sim. Acrescentei ainda que não só a guerra aconteceria como seria longa.

Já fora do “ar”, o jornalista, um jovem que a par de muito poucos outros me faz ainda acreditar no jornalismo, voltou a insistir acrescentando que eu não estaria a falar a sério. Já não me lembro do que lhe disse. Sei que ficámos à conversa durante um bom tempo, no final do qual me disse que esperava que estivesse errada. Eu também, mas a minha década e meia de ensino de Geopolítica e Geoestratégia deixavam-me poucas dúvidas. Sobretudo, deixava-me uma certeza. A Rússia jamais admitiria sair derrotada! Não se tratava e não se trata de poder bélico (aí deixo todos os comentários para quem sabe de misseis balísticos, nucleares e outros que tais).

Trata-se de um outro poder bem mais determinante: o poder histórico, económico, nacional/imperialista de um país que jamais aceitará outra condição na geopolítica internacional que não seja a de uma potência, mesmo num mundo que passou a multipolar.

A bolha de paz e de prosperidade em que nos movíamos há sete décadas impediu os líderes de ver esse conflito como uma arena onde se digladiavam poderes que transcendiam em muito as fronteiras da Ucrânia. Jogava-se a relevância da Europa, os acordos de assistência mútua, a NATO, a importância da ONU, o Direito Internacional, uma nova ordem internacional.

A chegada de Trump ao poder não acontece por via de um golpe de Estado mas sim por força do voto norte-americano. Poder-se-á discutir até que ponto terá existido interferência externa na decisão, mas é inegável que a Casa Branca se abriu a Donald Trump por força e vontade de um homem/um voto. Noutras circunstâncias, diríamos que fora a democracia a funcionar. Mas, desta vez, a democracia terá feito um mau serviço a si mesma. Provavelmente, os astros estavam contra.

A cena gaga na Sala Oval resume o momento político atual: a força da razão desmorona-se perante as razões de força, que, neste caso, são predominantemente, de caráter económico. Pelo caminho, vão ficando os cadáveres dos que desconhecem a importância de um dress code, daqueles para quem toda a terra é rara e que pouco se importam se o míssil que lhes ceifou os entes queridos e as próprias vidas tem um alcance de 5 ou de 5.000 Km, ou usa a tecnologia chinesa, americana ou europeia. A morte é tão democrática que não poupa nem os que a determinam.

Como se tudo isto não bastasse para maldizermos os astros, temos ainda a nossa crisezita doméstica.

De um lado, um primeiro-ministro que, aparentemente, não estaria em exclusividade e que como tal, levanta suspeitas quanto aos eventuais conflitos de interesses que daí podem surgir. Perante esta sombra, porém, não queria arriscar uma moção de confiança porque… faz contas.

Do outro, uma oposição liderada por um partido que não arrisca deitar abaixo um governo no qual, está convicto, os portugueses já não acreditam, porque…faz contas.

É caso para dizer, que se lixe o País porque o que interessa é o resultado das eleições.

Mas nem tudo está perdido.

O Brasil sempre venceu um Oscar e se a Fernanda Torres não levou para casa a estatueta foi porque, de facto, perante o caos que se instalou só podia ser a protagonista dum filme com o título ANORA a levá-la.

É que resume bem a situação em que estamos!

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

“Nunca quem não quer perceber vai dizer que entendeu a explicação”. Foi com esta frase que o primeiro-ministro justificou, na comunicação que fez ao país no sábado à noite, a opção de não prestar mais esclarecimentos sobre os casos que vieram a público nos últimos dias e que degradaram de tal forma o ambiente político que o Governo decidiu avançar com uma moção de confiança, mesmo sabendo que a oposição tem a intenção de a chumbar e, com isso, fazer cair o Executivo.

Depois de ter feito essa comunicação ao país, continuaram a sair notícias que geraram novas dúvidas. Em alguns casos, o primeiro-ministro foi dando algumas respostas aos órgãos de comunicação social que o questionaram sobre informação que tinha, mas nunca respondeu de viva-voz aos jornalistas nem deu mais esclarecimentos durante o debate da moção de censura proposta pelo PCP, esta quarta-feira no Parlamento.

Na sequência de informações que foram sendo tornadas públicas, a VISÃO enviou um conjunto de questões ao gabinete de Luís Montenegro, às quais não conseguiu obter nenhuma resposta. A essas juntam-se algumas outras que foram sendo feitas pelos deputados da oposição, sem qualquer esclarecimento.

Estas são as perguntas que estão por responder, o que sabemos já e o motivo pelo qual é importante serem esclarecidas por Montenegro.

Quais são os clientes a que a Spinumviva prestou serviços?

Esta pergunta tem sido feita repetidamente, sem que haja uma resposta. O primeiro-ministro começou por dizer que o segredo comercial o impedia de fazer essa revelação sem antes ter autorização dos clientes. Depois, a própria sociedade fundada por Luís Montenegro divulgou as empresas com as quais mantém avenças. Nessa lista não constava a Cofina, que Montenegro tinha começado por revelar ao Correio da Manhã ter sido um dos seus clientes, presume-se que por ser uma prestação de serviços pontual. No entanto, isso nunca foi explicado nem revelados outros clientes pontuais, o tipo de trabalho prestado e os valores cobrados. Também não foi explicado por que motivo no registo de interesses entregue quando foi para o Governo Luís Montenegro escreveu, segundo o Expresso, “nada a declarar” na parte reservada a serviços prestados que possam suscitar impedimentos. Isto, apesar de entretanto ter dito publicamente que pediria escusa caso tivesse de tomar decisões sobre a Solverde que foi, até esta quarta-feira, uma das empresas que manteve avenças com Spinumviva.

Das três contas referidas na notícia da TVI/CNN como tendo servido para pagar o apartamento em Lisboa, alguma delas é a conta caucionada no valor de 200 mil euros que o primeiro-ministro revelou ao Correio da Manhã ter?

Segundo o Correio da Manhã, na segunda declaração de rendimentos entregue à Entidade da Transparência enquanto primeiro-ministro, Montenegro declarou uma conta caucionada no valor de 100 mil euros. O próprio revelaria àquele jornal que o montante de crédito permitido por essa conta do BCP seria afinal de 200 mil euros. À TVI, Luís Montenegro disse ter usado três contas para pagar o apartamento que comprou em seu nome e da sua mulher já como primeiro-ministro. Uma delas estava exclusivamente em nome da sua mulher e essa é a justificação para não ter sido declarada, apesar de estarem casados em comunhão de adquiridos, regime que obriga o titular de cargo público a declarar todos os montantes detidos pelo cônjuge, a menos que sejam produto de uma herança ou tenham sido adquiridos antes do casamento. À VISÃO, São Bento não esclareceu se Montenegro usou uma conta caucionada, como tudo parece indicar, para comprar a casa.

Por que motivo recorreu a uma conta caucionada para este efeito e não a um crédito à habitação?

Uma conta caucionada é uma conta de crédito corrente usada normalmente por empresas para fazer face a problemas de tesouraria. Por exemplo, pagar a fornecedores enquanto espera pagamentos de clientes. É sempre um crédito de curta duração, porque os juros são calculados diariamente e facilmente atingem montantes elevados. No site do BCP, banco em que Montenegro diz ter uma conta caucionada de 200 mil euros, a taxa de juro efetiva a um ano para este tipo de conta é de 12,183%, Para se ter uma ideia, no crédito à habitação as taxas variam entre os 2 e os 4%. Não parece haver racionalidade financeira nesta opção, mas Luís Montenegro também deixou esta pergunta da VISÃO sem resposta.

A conta caucionada está em nome de Luís Montenegro ou em nome de uma empresa? Que empresa?

A pergunta faz sentido, porque estas contas são apresentadas pelos bancos como produtos essencialmente destinados a fazer face a “necessidades ocasionais de tesouraria” das empresas. O gabinete do primeiro-ministro deixou a questão da VISÃO sem resposta.

Uma vez que uma das casas é propriedade dos filhos, qual o objetivo das obras feitas para unir os dois apartamentos? Os apartamentos destinam-se a servir de residência de apoio à família em Lisboa ou foram comprados como investimento?

As perguntas da VISÃO ficaram sem resposta.

A TVI/CNN revelou que o primeiro-ministro está a morar num hotel de luxo no centro de Lisboa enquanto decorrem as obras dos apartamentos que comprou na Travessa do Possolo. Desde quando está o primeiro-ministro instalado no Epic Sana das Amoreiras?

Tendo em conta o valor da diária que, para um quarto normal ronda os 200 euros por noite, faz sentido questionar a opção do primeiro-ministro, que ganha 4500 euros líquidos e que tem a hipótese (à qual António Costa recorreu durante o confinamento da pandemia) de pernoitar na residência oficial em São Bento. O estilo de vida acima das possibilidades aparentes foi questionado, por exemplo, quando esteve em causa o apartamento de Paris onde José Sócrates viveu. Esse tipo de situações levou mesmo, por diversas vezes, o PSD a tentar criar o crime de enriquecimento ilícito, uma iniciativa que acabaria chumbada pelo Tribunal Constitucional por constituir uma inversão do ónus da prova.

Quantos quartos estão a ser usados? Os seguranças do primeiro-ministro também ficam alojados no mesmo hotel?

A VISÃO fez esta pergunta para perceber se Montenegro está a usar o hotel também como espaço de trabalho e também porque as questões de segurança levam a que, normalmente, em deslocações haja pelo menos um elemento do corpo de segurança da PSP a ficar com o chefe de Governo. Nesse caso, era importante saber se é assim e se esse custo está a ser suportado por Montenegro a título pessoal ou pelo Estado.

Qual o valor pago por noite?

Tendo em conta a informação de que se tratará de uma suite e que haverá vários lugares de estacionamento reservados, o preço pode ser superior ao que aparece nas pesquisas para um quarto normal. Ainda assim, é possível que, como é normal nestas situações, o hotel faça um desconto numa estada de longa duração e o preço desça. A pergunta da VISÃO ficou sem resposta.

É o Estado que paga esta estada? A que título?

Hugo Soares, líder parlamentar do PSD e secretário-geral do partido, disse de forma visivelmente agastada numa entrevista à SIC Notícias que era o próprio Luís Montenegro a pagar o hotel. No entanto, a VISÃO confrontou diretamente o gabinete do primeiro-ministro com a pergunta, por nunca o próprio a ter respondido. Ficou sem resposta. Tal como não foi dada nenhuma justificação (nem sequer por Hugo Soares) para Montenegro não usar as instalações da residência oficial em São Bento, onde Cavaco Silva chegou a morar com a mulher e os filhos e onde António Costa pernoitou durante o seu confinamento por causa do vírus covid-19.

O futuro deve ser trabalhado já hoje – algo particularmente notório quando falamos de sustentabilidade. Para que possamos ter um futuro mais sustentável, devemos começar a plantar as sementes desse futuro agora, com impacto sentido a vários níveis, incluindo na saúde.

Há muito que a sustentabilidade deixou de ser uma preocupação a considerar apenas para o futuro. É um tema premente já hoje, nos nossos dias, com resultados inquietantes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qualidade do ar é já considerada a 4.ª causa de mortalidade global a nível mundial, sendo que, por ano, morrem 12,6 milhões de pessoas devido a causas ambientais. Quase metade desses óbitos deve-se à poluição atmosférica, que contribui, em grande medida, para várias doenças, sobretudo a nível cardiovascular.

E são muitos os motivos que levam a este cenário, como a degradação do meio ambiente e a perda de florestas. Os recentes incêndios em Los Angeles, nos EUA, relembram-nos para as consequências devastadoras do fogo nas florestas, algo que Portugal conhece, infelizmente, também particularmente bem. Aliás, continua a ser necessário trabalhar para recuperar a Mata Nacional de Leiria, fortemente fustigada pelo grande incêndio de 2017, uma tragédia ainda muito presente na memória de todos os portugueses.

As florestas têm um papel essencial na purificação do ar, através da regulação dos níveis de dióxido de carbono (CO2) e oxigénio (O2), fatores fundamentais para ajudar a mitigar os efeitos das alterações climáticas. Cuidar da nossa floresta é, por isso, um passo importante para garantir o futuro. O projeto “Bosque dos Corações”, que desenvolvemos e está a ser implementado no Pinhal de Leiria, tem, justamente, como propósito reduzir a pegada carbónica e melhorar a qualidade do ar, contribuindo também para melhorar a saúde cardiovascular.

Cada pinheiro produz, aproximadamente, 40 a 70 kg de O2 por ano e estima-se que tenha uma idade mínima de 70 a 90 anos antes de ser cortado. Falamos, por isso, de uma aposta a longo prazo, a pensar no presente, mas, sobretudo, no futuro.

A reflorestação é, assim, uma forma de renovar a esperança, regenerando a natureza e reforçando o nosso compromisso com a preservação do planeta. No fundo, plantamos agora para que os jovens do futuro possam ter sombra, para que as próximas gerações possam ter um futuro mais sustentável e mais saudável.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Graças ao avanço tecnológico, a indústria dos videojogos tem evoluído de forma impressionante, alcançando audiências cada vez mais diversificadas. Nesse sentido, nos últimos anos, a indústria especializada começou a levar mais a sério a incorporação de medidas que tornem os seus produtos e serviços acessíveis a todos, independentemente das suas capacidades físicas, sensoriais ou cognitivas.

De acordo com um estudo da Eurostat, em 2023, 27% da população da União Europeia com mais de 16 anos tinha alguma forma de deficiência. Isto significa que milhares de pessoas encontram barreiras que as impedem de desfrutar a 100% da jornada de um videojogo. Ninguém deve ser excluído deste tipo de experiências, pelo que é fundamental que as produtoras tomem medidas para tornar os videojogos mais inclusivos.

Felizmente, existem já algumas soluções que melhoram a acessibilidade nos videojogos. Algumas das mais relevantes incluem: legendas para jogadores com deficiência auditiva que permitem acompanhar os diálogos e efeitos sonoros através de texto; modos de alto contraste e ajustes de cores que são essenciais para jogadores com deficiência visual ou daltonismo; ou leitores de ecrãs que permitem converter o texto em fala, facilitando a navegação para jogadores cegos ou com baixa visão.

Tais medidas, apesar de parecerem simples, têm um impacto muito positivo para os jogadores que detêm algum tipo de necessidade especial. Foi neste sentido que a Associação de Empresas Produtoras e Distribuidoras de Videojogos (AEPDV), em parceria com a Associação Portuguesa de Produtoras de Videojogos (APVP) e a Sociedade Portuguesa de Ciências dos Videojogos (SPCV), lançou o Livro Branco de Acessibilidade para Produtoras de Videojogos.

Para concluir, considero que a acessibilidade nos videojogos deve passar a ser vista como um elemento essencial do design de um videojogo. Ao eliminar barreiras e garantir que mais pessoas possam jogar, não só promovemos a inclusão, mas também incentivamos a inovação e a criatividade no setor. Além disso, o futuro dos videojogos deve ser acessível a todos, independentemente da sua condição.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Pedro Nuno Santos, líder da oposição, disse no sábado, em Bragança, que Portugal “parece um bar aberto”, acusando o Governo de Luís Montenegro “de usar bem estes dez meses para tratar da vida dos seus autarcas em final de mandato”, uma vez que, segundo as suas contas, “mais de um terço dos autarcas em final do terceiro mandato já foram colocados no aparelho do Estado porque estão no final do terceiro mandato e não se podem recandidatar”. E deu exemplos, incluindo nas administrações dos hospitais, mais machadadas na triste gestão do Serviço Nacional de Saúde, sabendo todos nós que também o PS, nos seus tempos de governo, espalhava quadros do partido pelos organismos públicos.

Todos fazem o mesmo. E esta é a frase assassina que sempre foi dita com um encolher de ombros, quando não se vislumbrava alternativa governamental para lá do bloco central, mas que agora serve outros propósitos em tempos extremamente perigosos.

Serve populismos, serve a extrema-direita. Como se esta tivesse mais ética e moral na gestão da coisa pública, como se não estivesse ela própria cheia de casos e casinhos de dirigentes de carácter duvidoso e até criminoso, como se não iludisse tanta gente no ideal de um bem maior que virá pôr ordem na casa, quando querem o mesmo de todos. Querem negócio.

As imensas trapalhadas do bloco central na gestão de crises políticas que destroem a credibilidade de quem nos governa mostram bem como nos faltam líderes à altura do chão minado que pisamos.

Sobre a embrulhada em que está metido o primeiro-ministro – por conta de ter uma empresa familiar, que passou para o nome da mulher quando se tornou líder do PSD, embora seja casado em comunhão de adquiridos, ou seja, vai dar ao mesmo, recebendo uma avença da Solverde, que tem a concessão dos casinos de Espinho e do Algarve –, Pedro Nuno Santos usou outra imagem sugestiva: “Não comemos gelados com a testa. Quem angariou os clientes foi o primeiro-ministro. Aquelas empresas só trabalham com a empresa do primeiro-ministro porque é de Luís Montenegro. Não é por causa dos familiares.”

E agora, Pedro Nuno Santos? Consequências? O PS votaria “obviamente” contra qualquer moção de confiança ao Governo que possa ser apresentada. Mas já anunciou que não vai viabilizar a moção de censura apresentada pelo PCP. Uma e outra resultariam no mesmo, uma eventual queda do Governo, se houvesse votos suficientes para isso.

“O Partido Socialista não será responsável nem fator de instabilidade política em Portugal”, disse Pedro Nuno Santos, percebendo-se que o timing para novas eleições legislativas não convém ao PS. É uma questão de horários. Iriam as eleições resultar numa viragem à esquerda desta vez? Estará o eleitorado para aí virado ou, pelo contrário, seria a extrema-direita a insuflar-se? É que esta crise política tem origem numa identificação de negócios mal explicados, de uma falta de ética com o sistema do arco da governação. E aqueles que se anunciam como antissistema só teriam a ganhar.

Apesar disso, varrer o lixo para debaixo do tapete, dizer que se vai passar a empresa para os filhos, como o fez Luís Montenegro, é mesmo fazer-nos comer gelados com a testa. Não insultem a inteligência dos portugueses – há tiros no pé que saem muito caros à democracia.

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Esquecemo-nos do lugar onde nascemos ou vivemos, deixámos de pensar, porque tudo nos chega a casa com facilidade e, supostamente, a baixíssimo custo, que é o maior problema. Damos como adquirido e certo que há a fruta que hoje nos apetece, a um preço insignificante, num supermercado sempre próximo, saboreamos uvas durante todo o ano.

Deixámos de ter respostas, porque não nos questionamos, aceitamos que pensem e decidam por nós. O clique fácil, acessível, intuitivo, como que a fazer parte do nosso corpo, anestesiou-nos e adormeceu-nos. Parece um enorme paradoxo, mas deixámos de ser livres. À partida, está tudo decidido.

Alguns, poucos, temos acesso a tudo aquilo de que necessitamos à distância de uma tecla e nada nos importa quanto custou, quem regou e colheu aquelas maçãs ou fez os sapatos, muito menos onde. Tudo é acessível e fácil, barato, quase gratuito, entra-nos pela casa. E o maior paradoxo é estarmos mais longe do essencial, na verdade, mais longe de nós próprios, da nossa família e dos nossos amigos, do lugar onde vivemos.

O lugar onde vivemos deixou de ter importância, a sua alma e a sua identidade há muito que se foram e nem damos por isso, e quando esbarramos nalguma fotografia ou história fóssil, isso já não nos toca e pouco nos diz. Aceitamos tranquilamente porque está tudo pensado para uma vida confortável, sem carências nem perguntas, para os que nascemos nesta geografia, uma enorme minoria na Terra. Se está calor, ligamos o ar condicionado, se faz frio, tocamos num botão que faz uma chama parecida com a do madeiro de outrora. Acreditamos que é possível, e aceitável, voar de Lisboa para Londres por 30 euros. Desde há umas décadas que assim tem sido, a “milagrosa solução” está na mão do clique. O resto, a tecnologia, aparentemente, resolve.

Crescer. Crescem a oferta, a procura e tudo à volta; como se pode crescer sempre? E, então, para onde vamos, onde nos leva o incontornável crescimento a que estamos obrigados? Enquanto tivermos limões, mesmo que seja da África do Sul e não do Algarve, isso não nos importa? Assistimos ou decidimos? Será que podemos assistir passivamente? Será que a Terra nos deixa assistir como se nada tivéssemos a ver com o tema?

A proposta aponta para um lugar, para um sítio onde é possível ter outro modo de vida. Outro modo de vida totalmente diferente, sobretudo verdadeiro, quando comparado com o mundo do clique, do low cost, sem rosto e muito menos alma. Um modo de vida onde os pilares essenciais a uma existência digna e feliz são possíveis. Um lugar com o qual nos identificamos totalmente, que sentimos fazer parte de nós, a nossa terra, que sentimos, respiramos, tocamos e cheiramos. Se for o “nosso lugar”, a terra onde nascemos e crescemos, tanto melhor. O solo, a água e a paisagem onde nascemos. O terroir do nosso corpo, da nossa alma, onde podemos ser mais felizes porque é aqui, na terra que nos sentiu nascer, que melhor nos sentimos. Aqui, neste lugar, há alimento, abrigo e segurança, os três pilares essenciais para o viver feliz. Aqui temos nome e os outros, os vizinhos, conhecem-nos. Não necessitamos de password, integramos esta realidade, esta verdade e é aqui onde melhor podemos estar.

Por muita desmaterialização, sempre ilusória, que nos apregoem, os recursos essenciais – solo, água e ar – continuam a ser locais. Só vivendo o local podemos saber os seus limites, os seus recursos, o seu clima, os seus patrimónios. E só com estes, com todos os seus patrimónios, poderemos aspirar a um modo de vida possível e feliz onde todos caibam e possam dispor dos recursos necessários a uma vida feliz e digna, onde vamos recordar muita coisa essencial que parecemos ter esquecido; as estações do ano sintetizam quase tudo o que é essencial para a vida e a sustentabilidade local. Lugar, aquele território onde a alma suspira de alegria e os olhos riem.

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