À medida que nos despedimos de 2024, somos levados a refletir sobre os desafios que nos aguardam em 2025. O panorama político em Portugal exige uma abordagem ambiciosa e inovadora, focada em reformas que priorizem o futuro da nossa juventude. Acredito que é imperativo agir decisivamente em três setores estratégicos: habitação, sistema de ensino e mercado de trabalho.
Comecemos pelo acesso à habitação. Este continua a ser um dos maiores desafios que a população portuguesa enfrenta atualmente. Os preços exorbitantes e a escassez de habitações acessíveis têm condicionado a autonomia dos jovens e da própria classe média, muitas vezes forçando os primeiros a adiar a sua independência. Em 2025, urge que sejamos capazes de implementar políticas públicas que aumentem consideravelmente a oferta habitacional nos próximos anos, que promovam habitação acessível, incluindo incentivos à construção de casas para arrendamento a preços justos e a recuperação de imóveis devolutos.
Em segundo lugar, o nosso sistema de ensino precisa de uma reformulação que responda efetivamente às exigências do século XXI. A juventude merece um ensino que não apenas transmita conhecimento, mas que também desenvolva competências críticas, criativas e tecnológicas. Em 2025, deveríamos avançar na integração de currículos flexíveis, que incluam uma variedade de formações profissionais e alternativas, assim como o incentivo à educação técnica e profissional. Esta abordagem, alicerçada numa relação estreita entre os estabelecimentos de ensino e o sistema empresarial, irá preparar os jovens para um mercado de trabalho dinâmico e em constante mudança, promovendo a sua empregabilidade.
Por último, mas não menos importante, o mercado de trabalho português precisa de se tornar mais flexível e inovador. A introdução da semana de trabalho de quatro dias surge como uma solução potencial para melhorar a qualidade de vida e aumentar a produtividade, com impactos positivos em diversas dimensões da nossa vida quotidiana. Menos dias de trabalho, mas com uma organização eficiente, pode resultar em maior satisfação laboral e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. Para que tal seja possível, é essencial que o Governo e as empresas se unam em torno de um modelo laboral que priorize a saúde mental e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Em suma, 2025 deve ser um ano de audácia e transformação. A juventude portuguesa precisa de um ambiente que a encoraje a prosperar, e isso começa com reformas estruturais em setores-chave para o seu sucesso. É nossa responsabilidade garantir que as vozes dos jovens sejam ouvidas e que suas necessidades sejam atendidas.
Nesta época de final de ano, ao refletirmos sobre os desafios que se avizinham, mais do que nunca, é oportuno invocar o espírito de otimismo e solidariedade. Desejo a todos um Santo e Feliz Natal, com a esperança de que possamos iniciar 2025 com determinação para construir um Portugal que valorize e cuide da sua juventude, preparando-o para um futuro mais promissor e sustentável.
MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.