No início da campanha, em Vila Franca de Xira, Paulo Raimundo surpreendeu com um desempenho muito eficaz na retórica própria do PCP. Está cada vez mais um tribuno digno de nota: consegue pôr de pé uma plateia, com aplausos, e domina claramente a oratória política.
Paulo Raimundo é uma surpresa — e boa — para o PCP. Assumiu a liderança discretamente, teve de se adaptar rapidamente ao infindável ciclo noticioso e político, e nesta campanha representa o sobressalto e o espanto que os comunistas precisam. Não é fácil liderar um partido que carrega uma história centenária e, ao mesmo tempo, enfrentar as realidades políticas do século XXI. Mas Raimundo está à altura.
Aparenta ter força para isso. Se Rui Tavares foi a grande surpresa dos debates nas eleições anteriores, o líder do PCP pode agora capitalizar essa mesma sensação de novidade junto do eleitorado que já votou na CDU e hoje está no Bloco ou no Livre. É uma campanha para seguir de perto. Raimundo só tem de abrir o discurso e falar para todos. Os eleitores podem surgir de onde menos se espera.
Trump insulta católicos: A poucos dias do Conclave para a escolha do novo Papa, Donald Trump decidiu posar sentado na cadeira de Pedro, com o dedo em riste. Que tristeza. Não se percebo por que razão o núncio apostólico em Washington não protestou contra tamanha infantilidade, nem sequer o Vaticano. É de mau gosto e insulto direto a quase dois mil milhões de católicos. Trump, não sendo clinicamente louco (palavra que nem consta do DSM), é simplesmente um idiota que insulta, ameaça e agride indiscriminadamente. Esteve no funeral do Papa Francisco há 15 dias!
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