Trump ameaça. Mas não morde. Está mais do que visto. Adora espalhar medo – agora quer aniquilar o Irão –, desconcertar aliados, provocar o mundo. Mas, no momento da verdade, recua. Vira o discurso. Desdramatiza. Está pior do que no primeiro mandato. Muito pior.
Até um trumpista ferrenho vê o absurdo: tropas americanas a ocupar Gaza, dois milhões de palestinianos arrancados do seu território? Impossível. Impensável. Ninguém aceitaria. Trump lança uma boca hoje, amanhã já mudou de assunto. É o seu padrão.
O problema é que os EUA não são um circo. São a maior potência mundial, pilar fundamental da NATO, e estão numa corrida desenfreada contra a China. E, de novo, Trump joga ao «Pedro e o Lobo». Agora ameaça o Irão. Alguém acredita?
Teerão não pode ter armas nucleares. Ponto final. Israel não hesitará em bloquear qualquer avanço decisivo. A Rússia já está a ajudar, com drones a troco de tecnologia. Os iranianos estão perto. Muito perto. Se chegarem lá, a teocracia será intocável. Pelos próximos séculos.
As tarifas foram um tiro falhado. Óbvio. Não foram os chineses, canadianos ou mexicanos a pagar. Seriam os americanos. Trump, espalhafatoso como sempre, terá milhões de ideias estrondosas nos quatro anos que aí vêm. Paciência e caldos de galinha!
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