A Coreia do Sul está mergulhada numa crise política grave. O presidente Yoon Suk-Yeol decretou a lei marcial, apanhando de surpresa todos, incluindo os Estados Unidos, que mantêm 41 mil militares no país.
O modelo político sul-coreano é uma réplica do sistema americano. O presidente governa, escolhe o primeiro-ministro e os membros do governo, mas não legisla. Pode decretar a lei marcial, mas a Assembleia Nacional tem o poder de revogar essa decisão. E foi exatamente isso que fez, sem hesitação.
Esta crise não é política nem de segurança nacional. É pessoal. O presidente está furioso com uma investigação à sua mulher, acusada de manipulação bolsista. E perdeu a cabeça. Tentou ordenar às forças militares que invadissem o parlamento, mas falhou. O país reagiu. Milhares de sul-coreanos encheram a praça central para condenar a “golpada” presidencial.
Enquanto Seul treme, Kim Jong-Un festeja. Sente-se o dono da península. Tem tropas prontas para atacar e conta com Moscovo e Pequim. Em Washington, ninguém pia. Biden está em Angola, e nem a Casa Branca nem o Departamento de Estado sabem o que fazer. Adensa-se a trama de 2024, mesmo sem Trump na Sala Oval. O cenário é perigoso e instável. O Japão e Taiwan estão em alerta.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.