Kursk, que deu o nome ao submarino que acabou em desastre e tragédia para toda a sua tripulação, e para o próprio Putin, é o nome e a capital da região russa invadida pelas forças ucranianas, cuja bolsa cresce todos os dias. A terceira ponte sobre o Rio Seym foi destruída no domingo e isso significa que todas as forças russas apanhadas naquele pedaço de território, com o tamanho do Luxemburgo, ficaram impossibilitadas de escapar.
A maldição de Putin, antes e agora, chama-se Kursk. Não esperava a ousadia ucraniana, que usa abertamente blindados britânicos e outros carros de combate, apoiados pela artilharia de longo alcance e os sistemas de mísseis Himmars, nesta frente de combate. As pontas de lança das forças de Kiev não estão a parar para ocupar e conquistar vilas e cidades, que deixam para segundas formações militares, mas a avançar com toda a rapidez para impedir e travar reforços russos.
O comando desta operação está a seguir as regras operacionais da NATO e dos EUA, já experimentadas noutros teatros de guerra. Kiev não quer uma guerra de atrito, e de desgaste, mas uma ofensiva que atinja rapidamente os objetivos militares designados: comandos e controlos, reservas militares, equipamentos, todo o tipo de logística e unidades militares.
Ao contrário dos russos, desde 2022, as tropas ucranianas não estão a arrasar vilas e cidades, ou locais puramente civis. Pelo contrário. Querem que tudo funcione com alguma normalidade para facilitar a sua própria logística de apoio a um avanço rápido das formações blindadas. É o inverso de toda a estratégia de Moscovo, que só está a destruir inexoravelmente gerações de jovens russos e ucranianos, sem dó nem piedade, ou sequer arrependimento.
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