Israel já está a combater, com todos os meios, em duas frentes – Gaza e fronteira com o Líbano – e estará para entrar na batalha, a qualquer momento, o inspirador de todos os grupos terroristas da região: o Irão. Acredita que tem um Exército invencível, e armas que classifica de infernais, e todos rezamos para que ninguém tenha errado na garantia de que Teerão não possui armas nucleares, mesmo que oferecidas, agora, por Putin.
Esta guerra, como disse Netanyahu, é mesmo pela existência do Estado judaico. Convém lembrar, já agora, que só cinco países no Médio Oriente reconhecem Israel: a Jordânia, o Egipto, Marrocos, o Bahrein e os Emiratos Árabes Unidos. Tudo o resto, e são muitos, em particular os países do Golfo, que financiam e acolhem este tipo de grupos, para evitar problemas, não aceitam a sua existência e o direito de serem soberanos, livres e democráticos. A lista, que inclui Irão, Iraque, Líbano, Síria, Qatar, Arábia Saudita, Iémen, Kuwait e Omã, ilustra bem o cerco territorial em que vive Israel.
Alguns destes, poderosamente armados pelos EUA, financiam, alimentam e dão guarida aos líderes desses grupos, e aos seus lugares-tenentes, sem que isso constitua um problema para Washington, Londres, Bruxelas e outras capitais. Todos são exímios em fazer de conta. De vez em quando há sobressaltos, ou guerras abertas, como agora, que agitam o sossego, mas todos acreditam que isso passará, um dia destes. É só mais uma guerra.
Com um problema, que nesta confusão se avolumou: a Turquia e Erdogan, mais a sua Irmandade, afilhada de Teerão. É membro da NATO, tem relações especiais com a União Europeia e com os Estados Unidos, e a Grã-Bretanha, mas cresce o sentimento, primeiro com a Ucrânia e agora com Israel, de total desconfiança no seu alinhamento político e militar. É um país muito poderoso à custa do Ocidente, mas Erdogan não é de fiar. De todo. Cada vez menos confiável e seguro. Se invocado o artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, Erdogan (não confundir com a Turquia) seria o primeiro a enxovalhar e a abandonar a NATO. Não admite que os turcos se refugiem na Suécia, mas abriga ilustres membros de «movimentos de libertação» como o Hamas, Hezbollah, Jihad Islâmica e um rol infindável de outros terroristas. Que rico aliado, este!
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