Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, e segunda figura do Estado, pediu explicações ao Ministério Público pelo «crime em direto» a que o país assistiu, nas buscas ao PSD, ao seu antigo líder, e a outras figuras partidárias. Santos Silva nunca deixou para mãos alheias o que sempre entendeu dizer ou criticar. E mais claro não poderia ter sido:
- «Respeito escrupuloso pelas decisões (do MP), mas também o dever de esclarecer publicamente os cidadãos sobre aspetos que possam causar alarme. Aguardamos esse esclarecimento do Ministério Público.»
- «Além do crime que foi praticado em direto, com a violação do segredo de justiça, e toda a gente o pôde ver, também os meios usados e os objetivos e as diligências praticadas foram de tal envergadura, que os princípios da necessidade e da proporcionalidade vêm à mente de qualquer um.»
- «Buscas domiciliárias televisionadas em direto e também buscas a uma sede de um partido, durante 19 horas, a propósito de uma questão cuja fatualidade parece evidente, merecem esse esclarecimento público.»
- «A esfera política deve respeitar escrupulosamente a independência judicial, e a justiça deve respeitar escrupulosamente a independência da ação política democrática.»
- «A liberdade de ação política dos partidos, e a liberdade de organização dos grupos parlamentares é absolutamente essencial para a democracia política e, portanto, é essencial para o trabalho do Parlamento e, por isso, levarei esta questão à conferência de líderes.»
Está tudo dito. Aguardam-se explicações.
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