Quem tem mais de 30 anos lembra-se bem da corrida Intel vs AMD para se atingir a maior frequência dos processadores para PCs. Marcos como os 100 MHz, os 500 MHz, o 1 GHz e os 2 GHz eram motivo de grandes anúncios por parte destes fabricantes. A importância da frequência era tanta que várias vezes estas empresas recorreram a técnicas que permitiam aumentar a frequência mesmo que isso significasse diminuir o desempenho real. Tudo para anunciarem que eram “mais rápidos” que a concorrência. Isto porque os utilizadores e o mercado associavam frequência a desempenho. Os MHz e GHz estavam para os processadores como os “cavalos” estão para os motores dos automóveis.
Demorou vários anos, muitos artigos nos media especializados e uma mudança de atitude dos fabricantes, que até deixaram de usar a frequência para designar os modelos. Por exemplo, hoje temos o Intel Core i7-8700K e o AMD Ryzen 2700X e estas denominações não têm qualquer referência às frequências de funcionamento. Na altura do Pentium 4, por exemplo, era a frequência que designava os modelos dos processadores. Infelizmente, ainda hoje há quem compare processadores com base neste valor, mas parece-me que já não é o que acontece com a maioria dos utilizadores entusiastas. Hoje muitos sabem que frequência é apenas a indicação dos ciclos de funcionamento. Voltando à comparação com os motores, a característica frequência está mais próxima dos valores de rotação por minuto de um motor do que da potência. E quem conhece minimamente a mecânica sabe que um motor pode funcionar a rotações muito elevadas e ser muito menos potente que um outro motor que funcione a rotações mais baixas.
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