Depois de 4 longos dias após a terça-feira eleições ficou confirmado! Quando comecei a ouvir buzinas dos carros, pessoas a celebrarem na rua, e o meu telefone cheio de alertas e mensagens, estava confirmado. Os Estados Unidos iriam ter um novo presidente, e história tinha acabado de ser feita, com a primeira vice-presidente da história do país.
Antes do dia das eleições, a cidade estava a preparar-se para o pior: Todo o comércio no centro da cidade forrado com barricadas de madeira, tudo para prevenção de potenciais distúrbios, como nos protestos anti-racismo há alguns meses. Havia um clima pesado no ar, uma mistura de ansiedade e esperança.
Chegou então o dia das eleições, e já se comentava que só se saberia o resultado passados alguns dias ou semanas. Porém, a esperança era que, como nas eleições anteriores, se soubesse no próprio dia. A verdade é que paciência não é uma das minhas virtudes, então a ansiedade e curiosidade borbulhavam.
No sábado de manhã, começou a cidade a festejar. Lembrei-me das eleições de 2008, quando Nova Iorque celebrava o presidente Obama e do silêncio que foi quando confirmaram a presidência Trump.
Quando se soube, São Francisco imediatamente ficou em festa, tal como muitas outras cidades dos Estados Unidos e do mundo também. Ao mesmo tempo, reflito que nem todos festejam, e é fundamental trazer à mesa para refletir temas de inclusão e diversidade. Somos todos humanos, vivemos todos no mesmo planeta, estamos todos a ser impactados por um virus. Mais do que nunca, união, mesmo com pontos de vista diferentes, é fundamental para a nossa sobrevivência como espécie.

2020 trouxe à tona muitos temas, muito deles inesperados. Temos que escolher ser responsáveis, otimizar e humanizar o nosso meio e todos a nossa volta. A minha ansiedade já se foi, e a esperança manteve-se. Esperança de que haverá mais respeito pelo meio-ambiente e pelo Ser Humano, agora e no futuro.