O novo ciclo político iniciado com o anúncio dos resultados das eleições de 10 de março promete, para já, mais dúvidas do que certezas. O nível de imprevisibilidade é elevado em qualquer cenário governativo e cresce ainda mais em relação a algumas votações cruciais que serão feitas, nos próximos tempos, na Assembleia da República. Neste tempo de crispações e de crescimento da intolerância, é impossível prever quanto tempo pode sobreviver um Governo minoritário. Ainda para mais, quando, dentro de pouco tempo, o País vai entrar de novo em campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, o que fará, naturalmente, reabrir velhas clivagens e incendiar os discursos e os ataques no espaço público. Tudo isto, num ambiente internacional cada vez mais incerto e explosivo, que pode originar novos e difíceis desafios para a Europa, tanto a nível económico como em matéria de Segurança e Defesa.
Neste contexto, o País está perante um desafio de enormes proporções e que não pode ser menosprezado nem hipotecado a objetivos de curto prazo ou a taticismos de baixa política.