Em 2017, a deputada neozelandesa Chlöe Swarbrick, de 25 anos, defendeu a urgência da luta contra o aquecimento global no Parlamento. Explicou que no ano 2050 teria 56 anos e que a idade média daquela câmara era de 49 anos, e, ao escutar uma palavra crítica da assistência, ato contínuo, lança com desprezo um “OK boomer”, continuando de seguida a discursar. Um eufemismo mais educado para algo que, no fundo, significa, “cala-te, velho tonto”.
Estas duas palavrinhas resumem na perfeição todo o desdém com que os mais novos – os millennials (nascidos entre 1981 e 1995) e os Z (entre 1996 e 2010) – olham para os baby boomers, aqueles nascidos entre o fim da II Guerra Mundial e a década de 60. O jornal Le Monde escreveu que “OK boomer” é “o grito de guerra de uma geração” – uma rutura de diálogo e um atestado de estupidez que os mais novos colam aos mais velhos, que veem como inconsequentes, egoístas e ultrapassados pelos tempos. A expressão tornou-se de uso comum nas redes sociais, sobretudo no Twitter, onde muitos boomers respondem de volta com a tirada “snowflake”, ou floco de neve, acusando os mais novos de fragilidade emocional e de inconsistência nas suas posições.