No dia-a-dia é relativamente fácil fomentar sentimentos de raiva dentro de nós, nem que seja no trânsito. Vivemos em sociedade e temos de conviver diariamente com vários indivíduos e personalidades, seja no trabalho, na rua ou em espaços públicos, o que aumenta o contacto com episódios repentinos que podem suscitar momentos de raiva.
É uma emoção humana e faz parte da nossa vida, e apesar de associada à frustração, poderá ser um sentimento fundamental ao contribuir para a reflexão dos nossos atos e para a mudança.
Seja após uma discussão com alguém, esperar em longas filas ou lidar com comentários maldosos, todas estas situações podem trazer uma sensação de raiva que, muitas vezes, é exteriorizada através de um tom de voz mais alto, do uso de forma física ou do agir de forma descontrolada. Faz parte e servem como uma resposta normal ao stress, no entanto, saber controlar estas reações é importante para que não se tornem prejudiciais para a saúde, a nível físico e mental.
A raiva estimula as pessoas a fazerem coisas que normalmente não fariam no calor do momento, mas quando passa, ficam o arrependimento e as consequências. Existem variadas formas de exteriorizar este sentimento e devem ser utilizadas de modo a não terem efeitos negativos, nem em nós, nem nos outros. Para isso, sugiro algumas dicas para que seja consciente da causa do ataque de raiva e a domine da melhor maneira.
Autoavaliação. O autoconhecimento é essencial para entender a origem da raiva num certo momento. Devemos prestar atenção às nossas ações e tentar perceber o que nos motiva a atingir certos picos de raiva, bem como exercitar o autocontrolo, de modo a conseguir acalmar-se.
Tempo. É preciso dar tempo a si próprio para que conheça os seus gatilhos e encontre alternativas para aquilo que lhe desencadeia o sentimento de raiva. Deste modo, conseguirá precaver-se e evitar ser vítima dele.
Movimento. Mova o corpo conscientemente para libertar a mente e a tensão do corpo. É através do exercício físico ou de atividades que envolvam movimento que consegue combater a raiva e o mau humor.
Ajuda profissional. Se, apesar de já ter tentado tudo, continua a ser invadido por certos ataques que, inclusive, afetam as suas relações interpessoais e o seu bem-estar, será necessário procurar ajuda profissional. O psicólogo irá ajudar na compreensão e gestão dessas emoções de maneira mais saudável e a desenvolver novas ferramentas para lidar com a raiva.
Seja qual for o motivo, interno ou externo, que o levou a sentir raiva, deve ter em mente que a prioridade é que ela seja apenas uma reação a um dado momento e que não se torne num traço de personalidade. O ideal é ser consciente da sua existência e saber controlá-la, de modo a não atrapalhar o seu dia-a-dia em sociedade.
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