Existem no mundo tantas formas de dizer que se ama e de demonstrar amor quantas estrelas existem no céu.
Todos nós vemos o Mundo, as pessoas, o que acontece ao nosso redor, as relações, o céu…de forma diferente. Percecionamos tudo de forma única!
No que respeita ao Amor também é assim! Uns sentem-se amados de uma maneira, outros de outra. Mas existem palavras, gestos, atitudes, comportamentos, expressões faciais, sorrisos e olhares que fazem o nosso coração pular de alegria, sentir que o tempo parou e que a vida é tão mais bonita quando o amor de um outro alguém se revela, “toca” à nossa porta e pergunta: “Posso entrar?”
Muito para além dos filmes, músicas, telenovelas ou generalizações… existe um “algo” que quando acontece nos faz sentir tão bem… e é como se de repente ganhássemos asas e voássemos ao redor de nós mesmos e tudo o resto não tivesse assim tanta importância, porque o importante mesmo é o que está a acontecer ali, naquele “agora” em que sentimos que o outro está para nós, verdadeiramente, por inteiro, e que nos ama de coração.
Essa fascinante e maravilhosa emoção que nos invade, acredite, muitos, sentimo-la de forma muito semelhante.
E ela pode surgir apenas de uma palavra ou gesto, tão poderoso quanto dificilmente descritível. Uma palavra ou gesto amorosos!
Um/Uma Companheiro/a Amoroso/a,
1. Quer saber como se sente e diz que a/o ama
Imagina alguém amar outro alguém e não lhe perguntar como se sente, o que pensa, o que o preocupa, o que fez, o que quer e deseja, o que o faz feliz?
Sim, existem pessoas que dizem amar e não fazem nada disto. Mas será que essas pessoas amam ou sabem amar?
Um/Uma companheiro/a amoroso/a quer saber como se sente, interessa-se por saber o que pensa e o preocupa, pergunta-lhe como foi o seu dia, tem interesse em conhece-lo e descobrir o que o faz sorrir e sentir bem, liga quando menos espera só para dizer “olá”, pensa em si, interessa-se por si, diz que o ama e não tem medo de gastar a palavra “Amo-te!”.
Faz tudo isto e não é perfeito. É interessado e sabe amar!
2. É leve, é agradável, tudo é simples e é bom estar com ele
Umas vezes estamos mais bem-dispostos, outras vezes menos. Por vezes temos dias mais difíceis, outros mais fáceis em que tudo corre bem.
Não existem namorados ou companheiros/as a sorrir vinte e quatro sob vinte quatro horas, que pensem o mesmo que pensa e sejam iguais a si, mas existem pessoas com quem tudo parece mais fácil, mesmo passando por grandes dificuldades, pessoas com uma leveza, energia e otimismo contagiantes com quem é maravilhoso estar, e outras que são pesadas, que complicam tudo, que pressionam e cobram, que são cronicamente desagradáveis e negativas, senão tóxicas, e que podem despertar em si a vontade de fugir para bem longe.
Ao lado de um companheiro/a amoroso/a, as “tempestades temperamentais” são tropicais, passam depressa e rapidamente surge o perdão e a paz.
3. Sabe estabelecer prioridades
Por vezes não é fácil estabelecermos prioridades na nossa vida, pois tudo parece ser importante.
Um/Uma companheiro/a que a/o ame verdadeiramente vai pelo menos tentar que sinta que é prioridade na sua vida. Como? Depende muito da imaginação de cada um.
Mas é nos pequenos pormenores que vai descobrir se é, ou não, prioridade na vida do seu companheiro/a.
Quando está ao telefone com ele/ela e surge outra chamada, ele/ela rápida e repetidamente o descarta e esquece-se de voltar a ligar?
O trabalho, os hobbies, o desporto, os amigos/as, o futebol, o telemóvel, a internet e redes virtuais…são prioridade relativamente ao vosso tempo a dois?
Chama-lhe a atenção frequentemente, mas não resulta pois nunca está disponível para a/o escutar?
Amar alguém e ter uma relação implica saber estabelecer prioridades. Muitas pessoas antes de iniciar a relação já sentiam dificuldade em fazê-lo e na relação tudo se complica, ainda mais quando a comunicação é difícil e as prioridades de um e do outro são muito diferentes.
Se está numa relação e não sente ser prioridade na vida do seu companheiro/a, não o negue. Converse com ele/ela e diga-lhe o que sente, sem culpabilizações.
Amar alguém e ter uma relação implica saber o que é mais importante na nossa vida e na vida dessa pessoa!
4. Fala do futuro!
Um/Uma companheiro/a que a/o ame verdadeiramente não se centra apenas no momento e no agora. Ele vai falar do futuro, vai fazer planos a dois, vai desenhar consigo um projeto de vida, vai sonhar e voar consigo ao redor do mundo e quer vê-lo consigo, de mãos dadas.
Sim, quando se ama alguém vemo-nos “lá à frente” com essa pessoa a fazer tudo e mais alguma coisa. Até a zangarmo-nos e a discutir.
Um/Uma companheiro/a amoroso/a, conta-lhe e partilha consigo os seus sonhos e pede-lhe para saber os seus. Pega-lhe pela mão e leva-o/a a concretiza-los. Impulsiona-o/a, motiva-o/a, estimula-o/a, dá-lhe força e transmite-lhe a coragem que por vezes pensa não ter, no que se refere aos seus projetos pessoais, mas também no que respeita aos projetos em conjunto.
5. Ouve e dá feedback
Nada pior do que ter um companheiro/a que além de não conseguir ser amoroso/a, também não escuta.
A sensação de estar a falar para, não uma, mas várias paredes sobrepostas pode ser arrasadora, senão fazer enlouquecer quem o experiencia.
Um/Uma companheiro/a que realmente o ame não está sempre atento. Ninguém está. Mas está a maior parte do tempo. E se não está, explica-lhe porque não consegue dar-lhe a atenção que precisa, dizendo-lhe que mais tarde conversam. Isto é natural e expressão de quem gosta de si.
O que não é natural, nem saudável, é ouvir que está farto/a, recusar-se a ouvir o que tem a dizer, culpar, atacar e ameaçar repetidamente, bater com a porta ou ficar, mas demonstrar total indiferença.
Amar alguém implica ter disponibilidade emocional para esse alguém e não o ignorar. Ignorar ou ser indiferente são as duas atitudes mais corrosivas de uma relação. Ao adotá-las está a condenar a sua relação à rutura.
6. Elogia e valoriza
Muitos casais apresentam sérias dificuldades em elogiar-se, em valorizar o outro e em reconhecer o que o outro faz ou o seu mérito e capacidades.
Um/Uma companheiro/a amoroso/a fá-lo, o que tem um impacto gigantesco não só na autoestima e autoconfiança do outro como na qualidade da relação.
A opinião da pessoa que escolheu para companheiro/a é muito importante para si. Isso é inevitável. Ao escolher uma pessoa que tem a capacidade de o fazer sentir uma pessoa ainda melhor, isso irá refletir-se diretamente não só sobre o que pensa sobre si e sobre o seu amor próprio, mas igualmente na forma como se irá relacionar com essa pessoa e no seu investimento na vossa relação.
Quem tem vontade de elogiar quem não o faz? Ou de ter uma relação com quem o deita constantemente a baixo? Talvez os masoquistas, verdade?
7. Sabe o que gosta
Muito para além de se interessar e de querer conhecer, um companheiro/a amoroso/a, memoriza o que gosta e o que não gosta. Se não gosta de sushi não o tenta convencer e não o arrasta para o primeiro restaurante de sushi…
Respeita os seus gostos. Não tenta contagia-lo com os dele/dela. Tem em atenção as suas preferências e desejos. Não impinge os seus. Evita colocá-lo/la em situações constrangedoras e desconfortáveis. Tenta agradá-lo/la e surpreende-lo/la, não com aquilo que ele próprio gosta ou que gostaria que lhe fizessem, mas aquilo que sabe que o vai fazer sentir especial e feliz.
8. Tem um espaço na sua vida para si
Alguém que gosta realmente de si, tem o coração aberto e tem espaço dentro dele para si. Não anda a fingir que tem e depois não tem e depois tem….
Um homem ou mulher que o ama verdadeiramente tem disponibilidade emocional para si. E se não tem é porque não ama, ou ama em part-time.
Cabe-lhe a si decidir dizer o que sente, e se quer um/uma companheiro/a não amoroso/a na sua vida!
Ter espaço para o outro implica ainda: estar, ajudar, apoiar, confiar, partilhar, compreender, aceitar as diferenças e algo muito importante, saber ser amigo e ter a empatia necessária para se colocar no lugar do outro e tentar sentir o que ele diz sentir!
Uma pessoa que diz amá-lo tem de ter espaço e tempo para si, e apesar de naquele momento não poder estar consigo, por uma ou mil razões, você vai sentir que ela sempre está, e que aquele seu espaço dentro do seu coração e na vida dela, foi, é, e será… seu, até ao dia em que ela, você, os dois quiserem que seja.
9. Pergunta a sua opinião
Este é um dos sinais mais importantes a que deve estar atento para saber se está com um companheiro/a amoroso/a ou com um companheiro/a egoísta, egocêntrico ou mesmo narcisista.
Quando alguém se interessa por saber a sua opinião está a demonstrar não só empatia, mas sobretudo, que é uma pessoa que o respeita como ser humano único.
Ninguém ama bonecos! Algumas pessoas precisam desses bonecos na sua vida para provarem um sem número de coisas a elas próprias, como seja, que existem, que controlam e dominam os outros e que têm muito poder. Nada disto tem a ver com Amor, como sabe! Fuja destas pessoas pois elas jamais se transformarão em companheiros/as e muito menos em companheiros/as amorosos/as.
10. Não foge na primeira discussão e ultrapassa as birras
Alguém que o ama mesmo, não o ameaça que vai fazer as malas, bater com a porta ou fugir logo no primeiro desentendimento. A menos que se tenha passado algo mesmo muito grave. Pelo contrário. Aguenta firme, foca-se no que de bom existe e tenta resolver. As diferenças e divergências não são encaradas como “tsunamis” mas apenas como “alguma turbulência” a bordo de um avião que passa por uma zona mais difícil, mas que não vai cair.
Os fugitivos normalmente são aqueles que não conseguem ter uma relação de compromisso e sentem sérias dificuldades em se entregar, estando sempre com um pé dentro e outro fora da relação, aproveitando os maus humores e as birras do outro para acabarem com algo que por vezes nem começou! Para eles!
11. Não o tenta virar de pernas para o ar e fazer de si seu clone
Se sente que o/a seu/sua companheiro/a o está a fazer ou desconfia que ele nunca será quem quer porque resiste a mudar, aconselho-o a parar e pensar sobre o que está a acontecer na sua vida.
Quem o ama mesmo aceita-o como é e não o pressiona a ser outra pessoa.
Quando se ama uma pessoa, ama-se por inteiro, com aquilo que gostamos muito, mais ou menos e nada.
Um/Uma companheiro/a amoroso/a consegue amar mesmo o que não gosta em si pois para ele o mais importante não é o que não gosta mas tudo o que gosta em si!
12. Assume que tem uma relação
Talvez este seja mesmo o maior “drama” do século vinte e um no que respeita às relações amorosas: a expressão “vamos ver o que dá” parece estar a ameaçar a realidade “compromisso” e as relações passaram a sofrer de uma espécie de vírus de transitoriedade e efemeridade.
E pergunto: o que andam muitas pessoas à procura de encontrar? Robôs amorosos que substituam companheiros/as e que façam tudo o que lhe disserem?
Amar alguém é um compromisso. Primeiro consigo! Depois com o outro, e depois, ainda, com a relação.
Uma pessoa que o/a ame mesmo, vai assumir esses três compromissos. As outras, vão passar pela sua vida, e talvez amá-lo/a mal demais, para valer a pena arriscar…quando existem tantas pessoas por aí que procuram e têm para dar um grande Amor.
Porquê aceitar um Amor que não é Amor e um companheiro/a que não sabe ser amoroso consigo?
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