No próximo sábado dia 12 de Março ir-se-á realizar mais um confronto histórico entre Portugal e Espanha.
Na sempre difícil deslocação ao Estádio Universitário de Madrid, Portugal terá a difícil tarefa de ultrapassar os castelhanos, munidos da armada francesa (leia-se jogadores que militam nos campeonatos franceses) e de naturalizados (jogadores estrangeiros que jogam em Espanha há mais de 3 épocas e que, pela Lei da IRB, podem representar Espanha).
Portugal, que assenta a sua base em jovens jogadores que actuam no nosso Campeonato Nacional, parte, desta vez, como não favorito… A ausência dos nossos jogadores que militam em França (sobretudo) e o último jogo com a Alemanha obriga-nos a este raciocínio e seria irrealista dizer o contrário. Mas é, naturalmente, cedo para se deitar a toalha ao chão.
Num jogo, como é o Rugby, em que a alma e a coragem (em geral, o estado de espírito) podem superar inúmeras deficiências e fragilidades, a derrota tem de se vender cara. E porque não comprar a ideia de uma vitória em que poucos acreditam?
E será na DEFESA que esse estado de espírito terá de se encontrar…. Uma defesa agressiva, dura mas, essencialmente, eficaz! Eficácia e consistência na defesa. 80 minutos a quebrar o ímpeto ofensivo dos espanhóis. As cargas dos seus avançados; o maul dentro dos 22; a pressão nas mellees… Não dar pontos fáceis aos espanhóis. E os que forem dados, algum “sangue e dor” terá que ser deixado no corpo e mente do adversário.
Será um trabalho heróico. Em que a eficácia e astúcia do nosso ataque poderá dar uma grande ajuda. Appleton (enorme jogador), Sousa Guedes (está a fazer uma grande época), a dupla de centros Vilela/Vareta (cada vez mais segura e madura) e um “gigante” Bettencourt a 15, são argumentos mais que suficientes para, ao longo dos 80 minutos, conseguirmos dar os golpes que, aos poucos, vão tirando o ânimo aos nossos vizinhos.
O duelo Ibérico tem sempre um sabor especial… Este não será diferente com a expectativa de, nas bancadas, estarem muitos portugueses.
Este ano, como já tive o prazer de escrever, o GD Direito venceu brilhantemente o campeão espanhol. As armas que, nessa altura, formam para campo assemelham-se às que, dia 12, serão apresentadas em Madrid. Num lado uma equipa repleta de profissionais e naturalizados… no outro uma equipa baseada em jogadores nacionais e amadores. Se no primeiro embate vencemos, porque não podemos acreditar agora e outra vez na vitória? Defendendo com a qualidade, bravura, disciplina e coragem que os nossos soldados o fizeram em Aljubarrota…
PS: Quando escrevias este artigo recebi a notícia de que Vasco Uva irá integrar os trabalhos da Selecção Nacional. Uma excelente notícia que se saúda com entusiasmo… Um excelente motivo para, no derradeiro jogo Europeu das Nações, enchermos o nosso Estádio Universitário no jogo contra a Rússia.