Graças ao avanço tecnológico, a indústria dos videojogos tem evoluído de forma impressionante, alcançando audiências cada vez mais diversificadas. Nesse sentido, nos últimos anos, a indústria especializada começou a levar mais a sério a incorporação de medidas que tornem os seus produtos e serviços acessíveis a todos, independentemente das suas capacidades físicas, sensoriais ou cognitivas.
De acordo com um estudo da Eurostat, em 2023, 27% da população da União Europeia com mais de 16 anos tinha alguma forma de deficiência. Isto significa que milhares de pessoas encontram barreiras que as impedem de desfrutar a 100% da jornada de um videojogo. Ninguém deve ser excluído deste tipo de experiências, pelo que é fundamental que as produtoras tomem medidas para tornar os videojogos mais inclusivos.
Felizmente, existem já algumas soluções que melhoram a acessibilidade nos videojogos. Algumas das mais relevantes incluem: legendas para jogadores com deficiência auditiva que permitem acompanhar os diálogos e efeitos sonoros através de texto; modos de alto contraste e ajustes de cores que são essenciais para jogadores com deficiência visual ou daltonismo; ou leitores de ecrãs que permitem converter o texto em fala, facilitando a navegação para jogadores cegos ou com baixa visão.
Tais medidas, apesar de parecerem simples, têm um impacto muito positivo para os jogadores que detêm algum tipo de necessidade especial. Foi neste sentido que a Associação de Empresas Produtoras e Distribuidoras de Videojogos (AEPDV), em parceria com a Associação Portuguesa de Produtoras de Videojogos (APVP) e a Sociedade Portuguesa de Ciências dos Videojogos (SPCV), lançou o Livro Branco de Acessibilidade para Produtoras de Videojogos.
Para concluir, considero que a acessibilidade nos videojogos deve passar a ser vista como um elemento essencial do design de um videojogo. Ao eliminar barreiras e garantir que mais pessoas possam jogar, não só promovemos a inclusão, mas também incentivamos a inovação e a criatividade no setor. Além disso, o futuro dos videojogos deve ser acessível a todos, independentemente da sua condição.
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