O futuro deve ser trabalhado já hoje – algo particularmente notório quando falamos de sustentabilidade. Para que possamos ter um futuro mais sustentável, devemos começar a plantar as sementes desse futuro agora, com impacto sentido a vários níveis, incluindo na saúde.
Há muito que a sustentabilidade deixou de ser uma preocupação a considerar apenas para o futuro. É um tema premente já hoje, nos nossos dias, com resultados inquietantes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qualidade do ar é já considerada a 4.ª causa de mortalidade global a nível mundial, sendo que, por ano, morrem 12,6 milhões de pessoas devido a causas ambientais. Quase metade desses óbitos deve-se à poluição atmosférica, que contribui, em grande medida, para várias doenças, sobretudo a nível cardiovascular.
E são muitos os motivos que levam a este cenário, como a degradação do meio ambiente e a perda de florestas. Os recentes incêndios em Los Angeles, nos EUA, relembram-nos para as consequências devastadoras do fogo nas florestas, algo que Portugal conhece, infelizmente, também particularmente bem. Aliás, continua a ser necessário trabalhar para recuperar a Mata Nacional de Leiria, fortemente fustigada pelo grande incêndio de 2017, uma tragédia ainda muito presente na memória de todos os portugueses.
As florestas têm um papel essencial na purificação do ar, através da regulação dos níveis de dióxido de carbono (CO2) e oxigénio (O2), fatores fundamentais para ajudar a mitigar os efeitos das alterações climáticas. Cuidar da nossa floresta é, por isso, um passo importante para garantir o futuro. O projeto “Bosque dos Corações”, que desenvolvemos e está a ser implementado no Pinhal de Leiria, tem, justamente, como propósito reduzir a pegada carbónica e melhorar a qualidade do ar, contribuindo também para melhorar a saúde cardiovascular.
Cada pinheiro produz, aproximadamente, 40 a 70 kg de O2 por ano e estima-se que tenha uma idade mínima de 70 a 90 anos antes de ser cortado. Falamos, por isso, de uma aposta a longo prazo, a pensar no presente, mas, sobretudo, no futuro.
A reflorestação é, assim, uma forma de renovar a esperança, regenerando a natureza e reforçando o nosso compromisso com a preservação do planeta. No fundo, plantamos agora para que os jovens do futuro possam ter sombra, para que as próximas gerações possam ter um futuro mais sustentável e mais saudável.
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