Ao aproximar-se a época festiva do Natal, é comum sentir o entusiasmo crescer, com as expectativas de reencontros familiares, mas também de refeições festivas e iguarias irresistíveis. No entanto, para todos quantos lutam diariamente contra o seu peso, este período de celebração também suscita preocupações sobre a obesidade, uma vez que as tradições alimentares se traduzem em excessos e escolhas menos saudáveis.
O Natal é, frequentemente, associado a mesas fartas, repletas de pratos ricos em calorias, açúcares e gordura. Habitualmente, o maior problema não são as refeições, mas a abundante exposição a sobremesas e outros doces que mantêm a família em volta da mesa durante toda a quadra. Isto pode ser um desafio para aqueles que, diariamente, tentam manter uma dieta equilibrada e ser fonte de ansiedade, especialmente devido à “pressão social” de comer mais um pouco.
Para abordar esta quadra da melhor forma, é vital destacar a importância de manter uma consciência alimentar durante este período. Em vez de se proibir completamente alguns alimentos, é possível alterar um pouco a composição dos pratos tradicionais, de forma a que fiquem mais saudáveis (diminuir a quantidade de açúcar nas receitas, aumentar o acompanhamento com legumes, disponibilizar fruta como forma de substituir algumas das sobremesas, etc.). Isto vai permitir manter o sabor tradicional das festas, mas, ao mesmo tempo, promover escolhas mais saudáveis para toda a família.
É também importante não descurar a prática de atividade física neste período. Em vez de focar toda a celebração em volta da mesa, encoraje em toda a família a prática de exercício físico ligeiro (p. ex. uma caminhada). Não só ajuda a queimar algumas calorias extra, mas também impede o consumo excessivo e permite a toda a família fazer, em conjunto, uma atividade diferente.
Mas, por parte de todos os presentes, é fundamental criar consciência sobre as dificuldades e os desafios enfrentados, diariamente, por quem luta contra o excesso de peso. Os comentários tantas vezes bondosos, mas preconceituosos sobre o peso corporal (como te deixaste ficar assim? tens uma cara tão bonita, porque não perdes algum peso?) contribuem para a baixa autoestima destes doentes. A pressão social para participar plenamente nas tradições alimentares pode ser avassaladora e é muito importante o papel de compreensão e apoio da família para permitir ultrapassar este período sem grandes excessos.
No entanto, também precisamos de ter noção que o Natal são apenas dois dias e que estes não vão definir o percurso e os comportamentos ao longo do resto do ano.
Festas Felizes e Leves para todos os doentes da obesidade, é o meu desejo este Natal!
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