Diz a jornalista e comentadora (e, acrescento eu, das pessoas que melhor pensa em Portugal nas últimas décadas) que “Sócrates era o que era, mas pelo menos tomava decisões”. Esta frase leva-nos a uma reflexão muito triste. O actual estado de coisas no País já nos faz sentir que mal por mal, mesmo que haja suspeitas de corrupção e um processo em curso, Sócrates pelo menos fazia, executava.
O que Clara pensa é reflexo do que muitos eleitores já mostraram nas urnas preferir. Temos vários casos de políticos suspeitos de crimes ou até condenados, que venceram eleições depois dos casos conhecidos. É um nivelar por baixo que em nada nos orgulha, mas que, mal por mal, é o melhor que temos.
Nestes 5 minutos que todos deveriam ouvir, ficam também algumas notas sobre economia portuguesa. Somos competitivos na moda por exemplo, onde grandes marcas internacionais produzem, mas sempre pelo mesmo factor, a mão de obra barata, o que engana nos dados da economia.
O país exporta, mas a riqueza não é distribuída por todos. Outro exemplo é o turismo. A falta de estratégia neste sector, usemos como referência a inexistência de um plano hidrográfico, deixa o futuro hipotecado pelos consumos dos campos de golfe. Esse turismo consome recursos muito mais preciosos que as mais-valias criadas.
E se olharmos para os países onde o turismo assume dois dígitos no PIB, quase todos são sub-desenvolvidos, porque, mais uma vez, o nosso turismo distribuiu pouca riqueza. Temos um turismo low-cost e ordenados miseráveis na hotelaria e restauração.
Para concluir, Clara Ferreira Alves ainda fala da oposição, ou da falta dela. E de como Montenegro não é um líder capaz de fazer o PSD disparar nas sondagens, mesmo com casos e casinhos todos os dias. Partilho de todas estas ideias, e de que, a cumprir o ciclo, o PSD não conseguirá sair vitorioso em 2026.
São 5 minutos à Benfica que os nossos responsáveis políticos deviam ouvir até decorar a lição.
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