A partir deste mês, as empresas do setor privado que aderiram ao projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias passam da teoria à prática. No total, são 46 as organizações que, durante seis meses, vão testar se há ganhos de produtividade com os funcionários a trabalhar apenas de segunda a quinta, sem qualquer redução salarial. Promovida pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a experiência está a ser acompanhada pelo economista Pedro Gomes, professor em Birkbeck, Universidade de Londres, e autor do livro Sexta-Feira É o Novo Sábado (Relógio d’Água).
Foram as próprias empresas que definiram as novas regras de funcionamento. Organizaram-se consoante as necessidades, as exigências e a natureza do trabalho: há as que vão passar a encerrar às sextas, as que pretendem fazer semanas alternadas, as que instituíram um regime por turnos. Há, até, quem tenha contratado mais pessoas para conseguir aderir à iniciativa, como acontece com uma creche e um laboratório. A evolução será acompanhada e os trabalhadores vão ser entrevistados, estando as conclusões previstas para o primeiro trimestre de 2024. De acordo com um relatório do Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública, divulgado pelo jornal Público, a experiência no setor público deverá começar pelos organismos com maiores taxas de absentismo e por aqueles em que o trabalho é flexível, nos quais existe, por exemplo, a possibilidade de recorrer ao trabalho remoto.