Lisboa, 24 fev (Lusa) – Dois ex-administradores do BES, Jorge Martins e João Freixa, realçaram que a provisão de dois mil milhões de euros que o Banco de Portugal (BdP) mandou o banco constituir visava, entre outros propósitos, assegurar o reembolso do papel comercial do GES.
Perante os deputados que integram a comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, os dois responsáveis, que transitaram num primeiro momento para a administração do Novo Banco, especificaram que a determinação do Banco de Portugal, datada de 23 de julho de 2014 (cerca de 10 dias antes da aplicação da medida de resolução) tinha como objetivo cobrir a exposição direta do Banco Espírito Santo (BES) ao Grupo Espírito Santo (GES) e a exposição dos clientes do banco ao papel comercial do GES.
Segundo o relato dos dois ex-gestores do BES, a entidade liderada por Carlos Costa determinou que o BES tinha que “constituir uma provisão não inferior a 2 mil milhões de euros para fazer face a potenciais perdas com o GES, onde estavam incluídas as designadas responsabilidades indiretas concernentes ao risco reputacional associado ao papel comercial vendido nas redes do BES a clientes do retalho (investidores não qualificados) “.