Montargil, Ponte de Sôr, 14 Mar (Lusa) – O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reforçou hoje as críticas à política do Governo, considerando que, ao fim de quatro anos de governação socialista, o país “está mais injusto, desigual e endividado”.
“O Governo não é capaz de fazer um balanço a sério porque não tem razões para isso. O país está pior, mais injusto, desigual e endividado”, observou.
Durante um encontro com a população de Montargil, no concelho de Ponte de Sôr, o líder dos comunistas recusou “baixar os braços”, perante a governação do primeiro-ministro, José Sócrates.
Jerónimo de Sousa acusou ainda o Governo de ao longo dos últimos quatro anos “ter feito o contrário do que prometeu” aos portugueses.
“E agora a crise é o bode expiatório para tudo, mas o Governo não consegue explicar porque é que antes da crise a situação do país já era má”, criticou.
Numa alusão às próximas eleições legislativas, o líder comunista questionou os motivos que levam o PS a reivindicar uma nova maioria absoluta.
Respondendo ao mesmo tempo que “se for para seguir o mesmo caminho, então os resultados são os mesmos”.
Sobre o sol forte que se fazia sentir naquela localidade alentejana, a banca também foi alvo de criticas por parte de Jerónimo de Sousa.
“Antes não havia dinheiro para nada, mas assim que a crise rebentou o Governo foi acudir aos bancos e aos banqueiros”, disse, classificando os casos do BPN e do BPP como “casos de polícia”.
Numa altura em que o primeiro-ministro José Sócrates se encontra em Cabo Verde em visita oficial, Jerónimo de Sousa defendeu o incremento das relações com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
“Portugal só tem a ganhar com o reforço das relações com os PALOP”, defendeu, salientando ainda que a língua portuguesa tem que funcionar como “elemento unificador”.
O secretário-geral do PCP recebeu ainda da comissão de utentes dos serviços públicos de Montargil um documento a reivindicar a presença de mais médicos no centro de saúde local.
De acordo com a comissão de utentes dos serviços públicos de Montargil, aquela freguesia dispõe de um médico para uma população com mais de 3 mil habitantes.
Em declarações à agência Lusa Luís Batista, membro daquela comissão de utentes, considerou que a situação que se vive actualmente no centro de saúde de Montargil é “inaceitável”.
Jerónimo de Sousa ouviu as reivindicações dos populares e prometeu levar este caso à Assembleia da Republica.
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