Apenas 10% dos investidores imobiliários colocou em pausa os seus planos para investir em hotéis na Europa, de acordo com a última publicação da Cushman & Wakefield, Hotel Investor Beat. Apesar da crise no setor do turismo e das viagens causada pela COVID-19, mais de um terço dos 50 grandes investidores ativos inquiridos pela CW afirmou que pretende comprar hotéis na Europa, adiantou o mesmo estudo.
Neste estudo participaram mais de 50 grandes investidores ativos no mercado de investimento hoteleiro europeu, que no seu total foram responsáveis pelo investimento de €26 mil milhões nos últimos 5 anos, adquirindo 664 hotéis (127.642 quartos), o que representa aproximadamente um quarto do volume total de transações no setor.
“Os avanços no ritmo da vacinação combinados com a crescente confiança dos consumidores, aumentaram a marcação de férias no estrangeiro, com consequente atratividade de ativos hoteleiros para investimento. A grande vontade mostrada pelos investidores em voltar a adquirir hotéis sugere que estes estão já a pensar em cenários pós-Covid 19 sem restrições a viagens e com toda a indústria de lazer e hotelaria a funcionar em pleno”, realçou Gonçalo Garcia, Diretor de Hospitality da Cushman & Wakefield.
Para a maioria dos entrevistados, os resorts turísticos são o tipo de ativos mais atrativo. Não obstante a complexidade das operações e da sazonalidade, 70% dos investidores consideram-nos mais interessantes agora do que antes da pandemia.
Também os “serviced apartments” se tornaram mais atrativos, com 60% dos inquiridos a realçar a resiliência, alto rendimento e adaptação à mudança para arrendamentos de médio-longo prazo deste tipo de ativo.
Por outro lado, os hotéis de negócios, orientados para conferências e eventos, e os que se localizam junto a aeroportos, perderam a sua atratividade, pela alteração brusca nos padrões de trabalho e a resistência em organizar grandes eventos num futuro próximo.
Quanto a regiões geográficas, o Reino Unido e Irlanda são os destinos preferenciais para investimento, seguidos da Alemanha, Península Ibérica, França e Benelux. Olhando para cidades, Barcelona lidera o ranking de preferência dos investidores, seguida de Londres, Paris, Amesterdão e Munique. Lisboa aparece no 9º lugar do ranking, à frente de cidades como Dublin, Viena ou Praga.
“A conclusão evidente após consulta do sentimento dos principais players de mercado (investidores, proprietários e operadores) com exposição a múltiplas geografias, é de que Portugal e a Península Ibérica surgem com destaque positivo, consagrando assim a natureza turística destes destinos, e a confiança na retoma turística no curto prazo”, sublinhou Gonçalo Garcia, lembrando que Portugal “beneficia de uma boa organização da oferta turística e da visibilidade conquistada no passado recente” pelo que continua a ter bons trunfos como “potencial de crescimento”.