A pouco e pouco, começa a crescer o mercado de arrendamento em Portugal. A novidade desta vez vem da Casafari, plataforma imobiliária que fechou um contrato de 120 milhões de dólares (102 milhões de euros) para criar uma carteira de imóveis residenciais e comerciais que serão canalizados para o arrendamento. Cerca de 30% deste valor será aplicado em Portugal. Os 120 milhões serão investidos na aquisição de mais de 700 imóveis residenciais e comerciais com potencial de arrendamento e valorização de longo prazo e foram injetados por um consórcio de fundos de private equity europeus, incluindo o grupo de investimentos suiço Stoneweg.
Com operações em Portugal, Espanha, França e Itália, a Casafari fundada em 2018 por Mila Suharev, Nils Henning e Mitya Moskalchuk, cresceu exponencialmente e conta atualmente com 1.500 clientes, mais de 15 mil utilizadores profissionais e tem mais de 95 milhões de listagens de imóveis.
“Vamos identificar imóveis, negociar e fechar transações em nome dos nossos clientes que têm interesse em criar portfólios de imóveis – sejam estes residenciais ou comerciais – que lhes possam trazer valorização. Eles estão interessados em seguir o modelo ‘buy-to-rent’ e criar escala. Procuraram a Casafari porque através da nossa tecnologia conseguem também perceber quais são as localizações mais rentáveis em cada cidade”, adiantou à Visão Rafaella Andrade, sócia da Casafari.
A empresa, recorde-se, criou uma tecnologia proprietária de machine learning que lhe permite cruzar milhares de anúncios de imóveis espalhados em diversos portais imobiliários e filtrar a real oferta do que existe à venda ou para arrendar no mercado imobiliário.
“Portugal tem grande potencial para estes investidores institucionais pela procura elevada que existe no mercado de arrendamento. E são investidores que assumem uma estratégia de médio e longo prazo, estão aqui para ficar por longo tempo”, sublinha Nils Henning, CEO da Casafari, lembrando que a rentabilidade do negócio virá da escala das carteiras que serão formadas e não da especulação do valor das rendas. O alemão, que lançou a Casafari em Portugal em 2018, recordou à Visão a sua má experiência no arrendamento em Lisboa quando após menos de dois anos a ocupar uma casa, o seu senhorio aumentou a renda em 60%, numa altura em que o mercado já estava em alta com o turismo e com o alojamento local. “Não é este o ‘mindset’ dos investidores que representamos. Eles não querem investir do ponto de vista oportunístico. A sua estratégia é a longo prazo”, reforçou ainda.
A nova unidade de negócios agora criada e que prevê a aquisição de cerca de 700 imóveis dispersos irá assim repartir o investimento por Portugal (centrado em Lisboa e Porto), Espanha e Itália.
Paralelamente a esta operação, a Casafari levantou ainda 15 milhões de dólares através de uma ronda de financiamento liderada pela Prudence Holdings, sociedade de capital de risco norte-americana que já financiou empresas como a Blockchain.com, Uber ou Spotify. O objetivo deste capital é desenvolver a empresa e reforçar a sua expansão pela Europa.
Portugal, recorde-se, foi a rampa de lançamento da Casafari e desde o seu lançamento, em 2018, a empresa ganhou clientes entre as maiores empresas de Portugal e Espanha, de marcas como a Sotheby’s International Realty, Coldwell Banker, vários franchises da RE/MAX, Savills, Engel & Volkers, Keller Williams, entre outros.