O início de 2020 começou da melhor maneira para o setor imobiliário. Porém, com o surgimento da pandemia Covid-19 e com as medidas de mitigação adotadas que levaram à suspensão de várias atividades, o setor imobiliário viu-se ameaçado.
Com a paralisação do mercado, verificou-se como primeiro impacto, uma redução das movimentações de imóveis. Consequentemente o mercado registou uma redução de apartamentos e moradias para venda que entraram no mercado de março a abril. Um levantamento feito pela Casafari, proptech portuguesa que detém a base completa de dados do mercado imobiliário em Portugal (evitando a duplicação de anúncios nas várias plataformas), mostra que desde fevereiro, mês que antecedeu a pandemia, até maio “os apartamentos retirados e vendidos na Internet recuaram 60% em Lisboa, 62% no Porto e 60% em Faro”, refere-se no estudo.
Ainda de acordo com o seu ‘Market Report’, relativo a Lisboa, Porto e Faro, com dados dos últimos sete meses, foi possível perceber que após o pico observado em fevereiro, verificou-se uma redução no número de listagens de novos imóveis, com Lisboa a registar uma quebra de 9% (15.867 em fevereiro face 14.409 em maio), Porto e Faro com quedas de 5% e 3%, respetivamente.
Os preços das propriedades no mercado usado relataram uma variação moderadamente negativa, enquanto que os preços das propriedades de nova construção foram mais resistentes à queda de valor.
O número de imóveis a serem publicados registaram uma tendência negativa de fevereiro a março, com a maior variação em Faro, de 8,93%.
Ainda assim, em maio já é possível verificar uma inversão dessa tendência. Os dados mostram que o impacto nas regiões analisadas foi uniforme e que o impacto verificado não está a ser muito acentuado.
“No mercado de arrendamento, após uma súbita descida, registou-se um ligeiro aumento da oferta (21,43% no Porto, 1,44% em Lisboa e 13,35% em Faro) nos últimos meses, sendo que os preços das rendas mantiveram-se estáveis apesar da ligeira tendência ascendente do número de imóveis para arrendar”, segundo o estudo.
Um dos efeitos mais diretos provocado pela pandemia consistiu na canalização de apartamentos de alojamento local para o mercado de arrendamento, conclui-se ainda no relatório da Casafari.