Em 2019 transacionaram-se 181.478 alojamentos familiares, a um ritmo diário de 497 casas. O valor anual representa mais 2787 do que em 2018, um aumento de 2% face ao ano anterior, de acordo com os dados oficiais recolhidos pelo Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).
O quarto trimestre de 2019 contabilizou um total de 49.232 vendas de casas, registando um incremento de 7,4% face ao terceiro trimestre do ano, e um crescimento homólogo de 6,1%, fixando-se como o melhor desde que há registo.
Os números positivos não surpreendem Luís Lima, Presidente da APEMIP.
“Apesar de o ritmo ter abrandado, o que já era expectável face à falta de stock existente, o imobiliário conseguiu registar um aumento positivo em 2019, num investimento que, só em vendas de alojamentos familiares, ascendeu os 25 mil milhões de euros. Não é compreensível que um sector que encaixa um valor de investimento tão avultado para o País, seja completamente esquecido pelo Governo quando se trata de atribuir medidas excecionais de apoio no seguimento da pandemia de Covid-19”, declara o representante das imobiliárias.
Luís Lima teme pela sobrevivência das micro, pequenas e médias empresas do sector que, perante o surto, se vê impedida de realizar negócios.
“Neste momento não há concretização de negócios por dois motivos: as escrituras que estavam previstas foram adiadas, e não há visitas a imóveis. A quebra de faturação das imobiliárias é brutal, e não há uma solução efetiva. As pessoas não compram casas sem as ver. Perante esta realidade, e tendo em conta o contributo que o imobiliário tem dado na dinamização económica nacional, seria expectável que o Governo reconhecesse as dificuldades que agora surgem preparasse medidas de apoio específicas para estas empresas, das quais dependem cerca de 40 mil pessoas”, referiu o responsável.
Luís Lima lembrou que a Linha de Crédito de 200 milhões de euros é insuficiente para a quantidade de sectores que a ela necessitarão de recorrer. “Isto, para não falar da quantidade de questões burocráticas a que as empresas têm que responder para aceder a este financiamento, e que impedem a agilização que agora seria necessária”, rematou ainda o Presidente da APEMIP.