Para marcar a chegada aos 30 anos, a VISÃO lança a rubrica multimédia “Ideias com VISÃO”. Serão 30 semanas, 30 visionários, 30 ideias para fazer agora. Da ciência à saúde, das artes ao humor, das empresas ao ambiente, figuras de referência nas mais variadas áreas darão os seus contributos para pensar um Portugal melhor. Semanalmente em papel e aqui em vídeo.
A minha ideia é transformar a vasta e rica biodiversidade marinha de Portugal em produtos de alto valor acrescentado, em setores tão variados como a indústria farmacêutica, a cosmética, os biomateriais, a alimentação, a construção civil ou a indústria do imobiliário.
Esta ideia é importante porque a transformação da biodiversidade em ativos de valor económico e em novos produtos consegue-se através de aplicações biotecnológicas que nos permitem combater as alterações climáticas, descarbonizando, e a sobre-exploração dos recursos naturais do planeta, dissociando-os das matérias-primas que usamos na nossa economia.
Apesar de Portugal ser o número um europeu no que respeita a biodiversidade biológica marinha, precisa ainda de passar da escala laboratorial em biotecnologia azul para uma escala verdadeiramente industrial, a fim de gerar riqueza e crescimento económico e social. Já existem no nosso país muitas startups e empresas de biotecnologia azul, que geram talento e valor para a economia nacional. Através do Programa Blue Bio Value, de aceleração de startups de biotecnologia azul de todo o mundo, a Fundação Oceano Azul tem sido um dos principais arquitetos da construção deste novo setor.
Porém, se quisermos que Portugal seja pioneiro nesta área e apresente vantagens competitivas, relativamente ao resto do mundo, é preciso criar um ecossistema de leis, direitos, incentivos e recursos de organização, humanos e financeiros.