Para marcar a chegada aos 30 anos, a VISÃO lança a rubrica multimédia “Ideias com VISÃO”. Serão 30 semanas, 30 visionários, 30 ideias para fazer agora. Da ciência à saúde, das artes ao humor, das empresas ao ambiente, figuras de referência nas mais variadas áreas darão os seus contributos para pensar um Portugal melhor. Semanalmente em papel e aqui em vídeo.
A minha proposta é baixar os impostos para toda a imprensa escrita. É bem verdade que todos os órgãos de comunicação social tradicionais gostariam de – e deveriam – ter esta ajuda, mas o que me importa e o que acho mais urgente é apoiar a imprensa escrita. Diminuir os impostos é apenas um dos pontos necessários para que se apoie a imprensa escrita. Mas esse apoio é fundamental – não só a nossa liberdade precisa disso como também precisa disso, e de uma forma urgente, a nossa democracia liberal.
A palavra escrita – é por causa dela que falo da imprensa escrita – é uma palavra refletida, uma palavra pensada, uma palavra que nos ajuda a pensar sobre o mundo e sobre a nossa comunidade. A comunicação está tão menorizada – melhor: menorizou-se – e está tão simplificada que se tornou absolutamente simplista. Os tweets são pequeníssimas mensagens, os Facebooks são mensagens ainda mais simples (porque são berradas), os nossos WhatsApps transmitem mensagens, mas também de uma forma muito simples e muito simplista, muito rápida e, sobretudo, muito pouco refletida. A imprensa escrita é, por isso, o que nos permite que os pensamentos fluam e que as ideias surjam. O que, em suma, desejo é que haja uma reflexão para tomarmos decisões e aprendermos tudo o que se passa no mundo e à nossa volta.
Também é preciso apoiar o jornalismo de investigação. Precisamos de ter mais jornalistas, de dar mais condições às revistas e aos jornais. Sem isso, a democracia morre. O Washington Post tem um mote que diz que “a democracia morre na escuridão”. É exatamente isso: neste momento, é vital termos melhores jornalistas e melhores órgãos de comunicação social. Esta é a minha proposta: diminuir fortemente os impostos e as contribuições para a Segurança Social de toda a imprensa escrita. A democracia iria agradecer.
Definitivamente, nós temos de perceber que a escola não pode roubar a infância às crianças. Quando compatibilizarmos a infância com tudo aquilo que a escola dá às crianças, nós seguramente vamos fazer uma escola muito melhor, com tudo aquilo que temos à nossa disposição (às vezes até com menos recursos…).
Acredito sinceramente que a escola do futuro é uma escola onde as crianças não serão crianças à pressa, um lugar onde as crianças poderão viver com a cabeça na lua e com os pés na terra. E onde possam perceber que o melhor do mundo é o futuro.