A World Press Photo anunciou esta quinta-feira os vencedores do Concurso Mundial de Fotografia (World Press Photo Contest), uma distinção que visa premiar o melhor do fotojornalismo e fotografia documental captado em 2024.
As 142 fotografias que integram este ano o conjunto de vencedoras pretendem dar o conhecer o melhor que se fez no fotojornalismo e na fotografia documental e convidar o público a, “num tempo de urgência”, refletir e “olhar profundamente para histórias proeminentes e menos vistas de todo o mundo”, lê-se numa nota da organização.
Do registo fotográfico de protestos e revoltas no Quénia, no Haiti ou em El Salvador, a fotografias captadas em alguns dos maiores conflitos atuais do mundo – como os do Líbano e da Palestina – as imagens vencedoras desta edição – selecionadas numa primeira instância por seis júris regionais – abordam temas como o género, a política, a migração, conflitos e até a crise climática.
Provenientes de 141 países e tiradas por mais de 3 mil fotógrafos, as imagens vencedoras tentam dar aos seus espectadores a perspetiva de uma série de pessoas em todo o mundo – como um adolescente transgénero nos Países Baixos, uma jovem ucraniana traumatizada pela guerra ou um atleta portador de deficiência do Uganda, o primeiro a competir com atletas sem deficiência. “Fizemos as nossas escolhas tendo em conta a mistura final. Por muito que o prémio do Concurso Mundial de Fotografia de Imprensa seja um imenso reconhecimento para os fotógrafos, que muitas vezes trabalham em circunstâncias difíceis, é também uma recapitulação dos principais acontecimentos mundiais, ainda que incompleta. Enquanto júri, procurámos imagens que permitissem iniciar conversas”, explicou Lucy Conticello, presidente do júri global.
Uma das fotografias vencedoras desta edição na Europa, na categoria de Stories, é de autoria portuguesa. Maria, um projeto fotográfico de Maria Abranches, ilustra a vida de Ana Maria Jeremias, uma trabalhadora doméstica em Portugal, que foi traficada de Angola para Portugal aos nove anos, sob falsas promessas de educação. Com esta história, a fotógrafa lusa quis incentivar a reflexão sobre o privilégio na sociedade atual e honrar a vida de Ana Maria e outras mulheres como ela.
O vencedor e os dois finalistas do prémio World Press Photo of the Year 2025 vão ser anunciados a 17 de abril, em Amesterdão, na inauguração da exposição World Press Photo 2025, e serão escolhidos a partir da seleção agora anunciada. O concurso engloba imagens de África, Ásia Central e Ocidental, Europa, América do Norte e Central, América do Sul e Ásia-Pacífico e Oceania. Cada região possui vencedores em três categorias distintas: Singles, Stories, Long-Term Projects.
No ano em que também se celebra o 70.º aniversário da World Press Photo, as imagens vencedoras vão integrar a exposição itinerante anual do World Press Photo, que está previsto decorrer em mais de 60 locais em todo o mundo – como Amesterdão, Londres, Viena, Rio de Janeiro, Jacarta e Sydney.
O World Press Photo foi fundado em 1955, quando um grupo de fotógrafos holandeses organizou um concurso para expor o seu trabalho a um público internacional. “O mundo já não é o mesmo que era em 1955, altura em que a World Press Photo foi fundada. Vivemos numa época em que é mais fácil do que nunca desviar o olhar, passar ao lado, desinteressar-se. Mas estas imagens não nos deixam fazer isso. Elas cortam o ruído, obrigando-nos a reconhecer o que se está a passar, mesmo quando é desconfortável, mesmo quando nos faz questionar o mundo em que vivemos – e o nosso próprio papel dentro dele”, referiu Joumana El Zein Khoury , diretor executivo do World Press Photo.
Europa
América do Norte e Central
América do Sul
Ásia Central e Ocidental
Ásia-Pacífico e Oceania
África