Hoje, a Flicks Systems apenas tem para mostrar um protótipo que deteta o calor emitido por um isqueiro a centímetros de distância dentro de uma das salas do Parque de Ciência e Tecnologia e da Universidade do Porto (UPTEC). Para criar uma solução capaz de detetar uma rede de sensores que detetam focos de incêndio numa mata a distâncias de 12 quilómetros, serão necessárias tecnologias mais robustas e também uma ajuda extra tecnologia: «Estamos à procura de investidores para implementar no terreno. Responsáveis da proteção civil e de entidades que combatem os fogos já nos disseram que acreditam no potencial desta tecnologia, mas também nos disseram que é necessário fazer a validação desta tecnologia no terreno», explica Marina Machado, responsável pelo Desenvolvimento de Negócio da Flicks Systems.
Os sensores de espectroscopia permitem detetar a ocorrência de um incêndio a partir a da temperatura e da presença de dióxido de carbono. Para monitorizar uma área florestal, a Flicks Systems prevê instalar uma rede de sensores que comunicam com os servidores centrais através de redes sem fios.
A partir da análise e processamento dos dados, o sistema central fica em condições de lançar alertas relativamente aos riscos de incêndio (mesmo antes de ocorrerem) e mapas e relatórios que podem ser úteis para compreender as características de um incêndio e quais os meios que devem ser usados para o combater. A rede de sensores deverá contar com turbinas eólicas e painéis solares para o fornecimento de energia.
A Flicks Systems pretende comercializar esta solução através da cobrança de um custo de instalação, acrescido de uma anuidade que está estimada em um euro por hectare. Um investimento que previne a ocorrência de incêndios e promete reduzir os custos e perdas derivados: «Em média, replantado de um terreno de um incêndio tem um custo médio de três mil euros por hectare», recorda Marina Machado.