Na Europa, no primeiro trimestre de 2025, as vendas de carros 100% elétricos dispararam quase 24% e a quota destes veículos ultrapassou, pela primeira vez, os 15% das vendas totais.
Em Portugal, o crescimento foi ainda mais evidente: acima dos 29% que comparam com os menos de 6% de crescimento do mercado; os elétricos representaram quase 21% do mercado.
Estes dados são ainda mais impressionantes se tivermos em consideração que este crescimento acontece no momento em que uma das marcas mais representativas no segmento dos automóveis elétricos assiste, desde o início do ano, a uma quebra acentuada das suas vendas a nível mundial e o mercado português não é exceção. Para quem estava convicto que as vendas de elétricos estavam dependentes da performance de uma marca em particular, os primeiros meses de 2025 vieram comprovar precisamente o contrário. Esqueçam as tendências passageiras: estamos perante uma verdadeira revolução a ganhar velocidade.
O segredo? Modelos elétricos com preços que já não metem medo a ninguém. Marcas generalistas e novas marcas disruptivas estão a lançar elétricos mais baratos, prontos a conquistar a cidade, a estrada e os bairros onde, até agora, só se viam utilitários a gasóleo. A verdadeira revolução está nas ruas. O Citroën ë-C3 (reconhecido e premiado este ano, em Portugal, pelo júri do concurso Carro do Ano), o Dacia Spring, o Renault 5, o Hyundai Inster ou o Dongfeng Box e outros prometidos para breve estão a mudar o panorama do mercado.
Os novos elétricos de entrada chegam com preços convidativos, prometem autonomias adaptadas ao dia a dia e prestações que já não envergonham ninguém. Democratizar a mobilidade elétrica significa dar a todos a possibilidade de escolher um carro ecológico, silencioso e mais barato de manter.
Se nas gamas altas os elétricos já conquistaram o seu espaço, agora é nos segmentos mais populares que se joga o futuro. A barreira do preço está a cair rapidamente e a mobilidade elétrica deixou de ser um exclusivo das classes mais altas e das empresas. Está a chegar às mãos de quem leva os filhos à escola, de quem trabalha, de quem acredita na transição energética.
E há mais: os híbridos também estão a crescer a ritmo acelerado, mostrando que os consumidores estão prontos para mudar. O caminho para o 100% elétrico pode não ser imediato para todos, mas a vontade de mudar é inegável.
No entanto, para que esta revolução não abrande, é preciso acelerar. A infraestrutura de carregamento tem de crescer — mais postos, mais rápidos, mais acessíveis. E aqui entra um fator crucial: a regulação. É fundamental que a lei ajude ao crescimento e não à regressão. A burocracia nos processos de criação de nova infraestrutura tem de ser agilizada. Simplificar é vital para que a revolução elétrica mantenha o seu ritmo, sem perder as vantagens conquistadas até aqui.
Em 2025, já ninguém pode dizer que não tem escolha. O desafio agora é abraçar esta nova era. Os elétricos estão aí, cada vez mais ao alcance do público. Preparem-se: 2025 é o ano em que o elétrico sai do pedestal e invade, de vez, as ruas. Não há volta a dar.