Num mercado altamente competitivo e com as empresas a terem imensa dificuldade em contratar e reter profissionais, oferecer o básico não basta! É preciso que o foco das direções das empresas esteja constantemente em responder à pergunta: O que posso fazer para facilitar e melhorar a vida dos profissionais com que trabalho?
Segundo os dados do Teamlyzer, a plataforma de revisão de experiências de emprego, entrevista e salários para o mercado tecnológico em Portugal, os benefícios mais comuns que as tecnológicas oferecem são o seguro de saúde, flexibilidade de horário e plafond para formação, nomeadamente certificações e conferências. Mas enquanto empresa, o que pode oferecer para atrair e reter o seu talento? Deixo algumas sugestões.
1. Stock Options ou RSU
Este é um benefício cada vez mais comum em startups, no entanto em Portugal ainda são raras as que seguem este modelo. Com estes benefícios, parte da empresa passa a ser dos colaboradores, ou seja, o sentido de responsabilidade e interesse no desenvolvimento da empresa aumenta substancialmente.
*Stock Option: direito dado pela empresa para que o colaborador possa comprar ações da organização por um preço pré-estabelecido desde que sejam cumpridas determinadas condições acordadas.
* RSU: compromisso de que o colaborador receberá gratuitamente uma quantidade pré-estabelecida de ações, desde que cumpridas determinadas condições acordadas.
2. Férias ilimitadas/flexíveis pagas e semana de 4 dias
Há cada vez mais casos de estudo a mostrar que a produtividade das equipas se mantém, e até melhora, quando o tempo dedicado ao trabalho é reduzido. A semana de quatro dias tem sido muito debatida nos últimos anos e Portugal vai implementar um projeto-piloto no segundo semestre deste ano, com empresas do setor privado, havendo pelo menos 90 empresas que já manifestaram interesse e fizeram a sua inscrição.
Flexibilidade nas férias é também uma mais-valia muito apreciada uma vez que permite ao trabalhador ter liberdade para usufruir de dias de férias (que podem ultrapassar os 22 estabelecidos por lei) quando quiser, desde que o seu trabalho seja assegurado e os objetivos cumpridos.
Com este tipo de benefícios levamos as equipas a terem possibilidade de descansar quando realmente precisam, podendo criar um melhor worklife balance e evitando problemas recorrentes, como o burnout.
É, em todo o caso, bom lembrar que a mentalidade portuguesa continua a ser de que trabalhar muito é um bom sinal, por isso, é importante que as chefias incentivem e demonstrem, de forma clara, que é de facto um benefício a utilizar.
3. Liberdade
Dar liberdade às equipas para que possam gerir os seus dias, horários e local de trabalho é algo extremamente fácil de implementar na área de IT, pois dispõe de ferramentas que permitem trabalhar de forma assíncrona e ainda assim comunicar de forma muito eficiente.
4. Facilitar processos
Facilitar processos de pedidos de material de escritório, marcação de férias, acesso a ginásios, certificações, experiências, entradas em congressos ou até mesmo financiamento, é também algo muito valorizado pelos profissionais da área tecnológica. No fundo, o objetivo deste benefício é facilitar o acesso a tudo o que o trabalhador necessita com o mínimo de dificuldade possível, seja através de um formulário simples ou de outra ferramenta.
5. Desenvolvimento pessoal
A pandemia veio trazer uma nova realidade profissional e pessoal, e com certeza conhece familiares ou amigos que referem ter ganhado uma maior qualidade de vida e apostado em fazer formações ou mudar o estilo de vida.
Dar acesso e promover o crescimento das pessoas, seja através de ferramentas, formação, certificações, consultas ou outros, que permitam aumentar as competências que não sejam necessariamente ligadas à função, sejam elas a literacia financeira, conhecimento nutricional, apoio psicológico ou bem-estar físico, são também alguns critérios apontados pelos colaboradores para maior conexão com o empregador.
Existem certamente dezenas de outros benefícios que poderia mencionar. Estes são meros exemplos, no entanto, o desafio é pensarmos fora da caixa, compreender o que realmente as pessoas querem e precisam, sempre sendo transparente quanto ao que é ou não possível. Se assim for, todos ganhamos: as empresas e os colaboradores.
