Quando pensamos em 5G, estamos a pensar em aumentos significativos de velocidade de rede e, por consequência, uma transmissão de dados mais veloz, promovendo desta forma uma maior conexão e acesso à informação com uma rapidez incomparável às redes de gerações anteriores.
Com o crescimento de aplicações desenhadas para soluções de Internet of Things (IoT), movimentações de sistemas para cloud pública e um aumento da procura de análises de dados em tempo real para a tomada de decisões empresariais, muitas organizações, especialmente as que possuem infraestruturas críticas, estão a explorar de que forma podem as soluções móveis privadas de alto desempenho e baixa latência melhorar a cobertura, garantir uma maior segurança, para além de reduzir os custos operacionais.
No entanto, um relatório apresentado pela ANACOM, e realizado pela Fitch Solutions, revela que o 5G será a rede dominante a médio prazo em Portugal, mas que este interesse irá verificar-se através da exploração por parte dos utilizadores individuais, ao invés de uma aposta por parte das empresas. Apesar de o grande potencial do 5G estar nas soluções que podem fornecer ao sector empresarial, o mesmo relatório revela que o nível “relativamente baixo” da industrialização do país e o ritmo “genericamente lento” na adoção de serviços e infraestruturas digitais levam os especialistas a prever que os casos de uso serão limitados na indústria portuguesa.
Denominado “Portugal Telecommunications Report | 2022”, este relatório refere que depois ter chegado ao país no final de 2021, o 5G deverá registar uma cobertura rápida. Mas a adesão à nova geração móvel será sobretudo impulsionada pelo mercado de massas e não tanto pela Indústria, que oferece poucas oportunidades para rentabilizar o investimento dos operadores.
Desta forma, embora este seja um momento de expansão para novas soluções de conectividade, também nos deparamos com um novo conjunto de desafios para a generalidade das empresas, bem como para o sector público. Os desafios mais comuns incluem a limitada especialização interna na integração de redes, a escolha dos fornecedores, uma maior necessidade de proteção de dados de empresas e clientes, e também a escolha de soluções personalizadas adequadas. Em alguns casos, passa por desenvolver um processo completo que passa pela identificação do problema empresarial de um cliente, aplicando casos de utilização específica, antes de recomendar e implementar as soluções tecnológicas mais benéficas. Tecnologias como o edge computing, cloud e a rede de centros de dados são muitas vezes implementadas juntamente com redes privadas sem fios para retirar partido das aplicações de Industrial Internet of Things (IIoT), machine-learning e as possibilidades de Inteligência Artificial que a conectividade permite.
Por outro lado, é importante perceber que os data centers tradicionais provavelmente não farão o suficiente para responder às necessidades de velocidade de aplicações com foco numa conectividade segura, realidade virtual e computação de alto desempenho executadas na rede 5G, pelo que tem de se encontrar a solução ideal alinhada com o consumo e o serviço prestado.
Assim, é importante que as empresas tirem partido de parceiros tecnológicos especializados, com um conhecimento alargado das soluções e desenvolvimento de redes 5G, que possam contribuir de uma forma ímpar para, não só a atualização dos servidores e serviços de TI das empresas, mas tendo como base o início de um verdadeiro processo de transformação digital, que possa tirar todos os benefícios da utilização de uma rede tão poderosa para o desenvolvimento empresarial e do mundo.