A mecanização e automatização dos ambientes de trabalho não é de hoje, mas a revolução tecnológica a que assistimos faz com que a implementação de robôs nos locais de trabalho esteja a cavalgar a uma velocidade estonteante.
Isto leva a várias questões de ordem ética e que nos fazem também repensar o futuro do trabalho. Muitos são os que advogam que a robótica poderá acabar com os empregos que hoje conhecemos. Os estudos mais recentes mostram que a massificação de robôs poderia levar à eliminação de milhares de postos de trabalho, contudo, ao mesmo tempo, outras tantas novas funções seriam criadas, num mundo moderno e desenvolvido.
É, por isso, inegável o papel que a robótica tem tido na evolução positiva dos locais de trabalho. O mais antigo e evidente dá-se ao nível da automação em fábricas, mas contamos, hoje, com máquinas capazes de auxiliar o ser humano nas mais variadas tarefas: há robôs capazes de videovigilância, reconhecimento facial, visitas guiadas, interação humana e auxílio em áreas tão rotineiras como a toma de medicação. Há, inclusive, robôs capazes de entregar refeições ou quaisquer outros objetos do ponto A ao ponto B.
A grande diferença é que, nos dias que correm, os robôs são pensados para trabalhar ao lado das pessoas, em estreita colaboração. Os chamados cobots estão a alterar todo o paradigma da robotização no mundo do trabalho – se antigamente o normal seria ter a máquina de um lado e o humano no outro, o novo normal é a junção de ambos num mesmo espaço, fazendo jus à velha máxima de que a união faz a força.
A evolução da inteligência artificial, vista pelo Fórum Económico Mundial como um dos grandes fatores das mudanças que vemos no mundo do trabalho, ajuda a trazer soluções a problemas cada vez mais complexos na vida das empresas, libertando os trabalhadores para tarefas – essas sim – essenciais à sobrevivência dos negócios.
A perspetiva de que a robótica vai, por isso, destruir empregos não é ilusória, é um facto. Contudo, um novo mundo de possibilidades acontece quando juntamos máquinas e humanos num mesmo espaço. Uma nova vaga de empregos, mais qualificados e mais human friendly deverão surgir com consequências, espera-se, de melhoria da qualidade de vida para toda a humanidade.
A questão que se impõe discutir não é, portanto, se os robôs vieram ou não para ficar… já sabemos que sim. Importa é saber se os Estados e as empresas estão preparados para enfrentar este novo mundo. É importante debater e repensar novas políticas, apostar numa educação moderna e capacitar as pessoas para se adaptarem ao novo mercado de trabalho para que consigam, cada vez mais, retirar o melhor delas próprias, em estreita colaboração com as máquinas.
Independentemente de acharmos este caminho correto ou não, em última instância, importa não esquecer: será sempre necessário um humano para programar e ‘ensinar’ o robô.