Atualmente a tecnologia tornou-se, mais que um ativo de grande importância, vital para a sociedade onde vivemos, pois quase tudo passa pelo uso de um computador ou qualquer outro dispositivo tecnológico, quer para atividades que vão desde uma simples pesquisa no Google, ao envio de um email ou uma compra de material. Esta dependência traz consigo alguns desafios, em particular uma ameaça crescente cibernética devido ao aumento exponencial da superfície de ataque.
Todos os dias tomamos conhecimento de empresas e instituições que após ataque cibernético, veem os seus dados, os dados dos seus colaboradores e inclusivamente os dados dos seus clientes, sob a ameaça de exposição pública ou pedido de resgate devido a infeção de ransomware.
Os ataques são cada vez mais realizados por indivíduos ou grupos que dispõem de um planeamento e uma estratégia com objetivos muito específicos que podem causar danos financeiros, sociais e até mesmo prejudicar a reputação de uma pessoa, empresa ou instituição de uma forma imediata e com prejuízos a longo prazo.
Perante este cenário torna-se impreterível, a qualquer entidade, a existência de uma política de cibersegurança ativa, que irá permitir uma maior resistência e resiliência a este tipo de ataques.
Estes aumentos de ataques cibernéticos também têm acompanhado as tensões a nível geopolítico, mais recentemente na guerra da Rússia contra a Ucrânia.
A Ucrânia tem sido alvo de ataques de cibersegurança (atribuídos à Rússia) desde 2014. Com o decorrer do conflito prevê-se um aumento dos mesmos, por parte de grupos de “hackers” russos, sobretudo como resposta às sanções impostas pela Europa e pelos Estados Unidos da América (EUA), nomeadamente através de campanhas de phishing e ataques a infraestruturas críticas.
Reparamos que a configuração dos conflitos militares mudou devido ao grande desenvolvimento tecnológico que é transversal à estratégia político-militar. O ciberespaço é atualmente a área de maior foco e que oferece maior ameaça às grandes potências.
Tem existido alguma relutância por parte de alguns países em aceitar que o cenário de guerra alterou e que o conflito já não se limita ao terreno, mas é igualmente extensivo ao ciberespaço. Assim o desvalorizar, ou mesmo o ignorar, das normas de cibersegurança, pode ter efeitos corrosivos na estratégia militar, ainda que não envolva um conflito físico.
Perante esta constante ameaça torna-se crucial que as várias nações invistam em políticas de cibersegurança para reduzir a exposição a potenciais ataques no âmbito deste tipo de conflito.
Concluo, alertando para a necessidade urgente do estabelecimento de políticas de cibersegurança para proteção contra ataques cibernéticos, não apenas de âmbito de entidades empresariais, mas também no âmbito da defesa nacional de qualquer nação livre e independente.