No dia em que a PlayStation 5 começa a ser oficialmente vendida no mercado português, decidi colocar aqui umas breves primeiras impressões dos 21 dias que passei com ela em casa, já que o período de testes coincidiu com nova medida de confinamento social e respetivo teletrabalho. Deixem-me salientar que a review técnica e completa estará na edição 306 da Exame Informática que chega às bancas nos próximos dias. Está acompanhada por uma análise à Xbox Series X, feita pelo meu colega Rui da Rocha Ferreira, com quem, aliás, fui trocando incontáveis achincalhamentos por WhatsApp nos múltiplos dias em que cada um testava uma destas consolas.
O Bom
Comecemos pelo bom. Faço parte daquele grupo que foi conquistado pelo design da PS5. É futurista, tem linhas arrojadas e não quer, assumidamente, passar despercebida. Dito isto, caramba, é grande. Muito grande. Não cabe no móvel da TV onde estava a PS4 – nem em pé, nem deitada. Lá acabou por ficar ao lado da pequena garrafeira da sala. Em boa companhia, portanto, ladeada por tintos do Douro e do Alentejo e por brancos de Setúbal e de Colares.
A partir do momento em que liguei a consola, salta à vista outra grande diferença em relação à antecessora: a velocidade de carregamento. Seja a ligar, seja a navegar pelos menus, seja a abrir jogos – é tudo mais rápido graças ao SSD da PS5 e estes ganhos deram-me vontade de voltar a jogar mais vezes, uma vez que sei que em breves segundos estou a cruzar os céus de Nova Iorque com Miles Morales no papel de Spider-Man ou a limpar o sebo a uma catrefada de demónios em Demon’s Souls ou em Devil May Cry V.
O Muito Bom
Quem diria que o grande destaque de uma consola de nova geração poderia ser… o comando? Seguramente, a Xbox não diria, já que continua a apostar num comando a pilhas… Provocação à parte, o DualSense é uma daquelas experiências difíceis de explicar por palavras, tem de ser vivida na primeira pessoa. Mas podemos sempre tentar! O feedback háptico e os gatilhos adaptativos foram os nossos aspetos preferidos. Na prática, isto significa, por exemplo, que ‘sentimos’ quando estamos a atravessar uma tempestade de areia, quando estamos na água ou quando escorregamos no gelo e até quando estamos a defender um adversário em poste baixo no NBA 2K21; e que temos diferentes níveis de pressão no L2 e R2 para executar tarefas – um clique não é apenas um clique, já que temos de fazer uma determinada força para puxar uma alavanca, partir um vidro ou fazer disparar uma arma (os botões portam-se de maneira diferente consoante a arma, como se constata em Call of Duty: Black Ops Cold War).
Quem comprar a PS5 leva de forma gratuita o jogo Astro’s Playroom, que é uma forma divertida de explorar o potencial do DualSense, já que o título – quase ao estilo Super Mario na Nintendo, mas com a personagem dentro da própria consola – explora com mestria os mencionados parâmetros de feedback háptico e gatilhos adaptativos e também os sensores de movimento, o painel tátil e o microfone.
O Mau
E puf… lá se foi o espaço de armazenamento. Com o SSD de 825 GB a contar apenas com 667,2 GB disponíveis para armazenamento, o espaço para guardar jogos esfuma-se num piscar de olhos, já que vários títulos AAA são uns glutões que devoram mais de 100 GB. A consola até conta com uma slot disponível para colocar um SSD M.2 adicional, mas essa expansão ainda não é suportada e também não é possível armazenar jogos PS5 numa unidade de armazenamento externo. Uma situação que urge à Sony resolver com celeridade.
Notas finais
A PS5 chega hoje ao mercado por €499, mas talvez valha a pena dar atenção à versão digital se for um jogador que não tem (nem pensa vir a ter) cópias físicas dos títulos. É que o hardware e desempenho destas duas consolas são idênticos, sendo a única diferença a presença (ou não) de unidade ótica. Isto além do preço, claro. A versão digital custa €399.
Friso, novamente, que a análise detalhada da PlayStation 5 – e também da Xbox Series X – estará disponível na edição da Exame Informática 306, que chega brevemente às bancas e onde são esmiuçados muitos outros detalhes para lhe mostrar se vale a pena comprar já as consolas de nova geração da Sony e da Microsoft, se compensa esperar mais um pouco ou se nem deve avançar para a aquisição. Agora estão a chamar-me para uma partida importante no NBA 2K21, tenho de ir… Ah, não, afinal era o Miles Morales, parece que se passa algo em Nova Iorque. Despache-te lá, ó Spider-Man, tenho o Demon’s Souls marcado a seguir.