O movimento “Tesla Takeovers” tem vindo a ganhar adesão, um pouco por todo o mundo, com protestos a acontecerem em frente aos concessionários, mas em casos extremos a terem chegado mesmo a atos de destruição de estações de carregamento Tesla, graffiti em anúncios e o arremesso de cocktails Molotov contra uma frota de carros da marca.
As vendas da empresa de Musk estão em quebra acentuada e o preço das ações também está em baixa. Os protestos prendem-se com as medidas de Musk, enquanto conselheiro político de Donald Trump, com as suas afirmações polémicas nos últimos tempos e contra os despedimentos e cortes efetuados pelo DOGE, o Departamento de Eficiência Governamental que passou a liderar com a chegada de Trump à presidência dos EUA.
“Vou pará-los. E deixem-me dizer-vos, estão a fazer isso à Tesla e podem fazer a qualquer outra empresa, vamos apanhar-vos e vamos fazer-vos passar pelo inferno”, terá afirmado Donald Trump. O TechCrunch lembra que a lei federal dos EUA prevê que um ataque a qualquer propriedade de uma empresa possa ser considerado terrorismo doméstico se a intenção for intimidar ou coagir a população civil, influenciar a propriedade governamental ou afetar a conduta do governo através da destruição, assassinato ou rapto.
Os mentores do movimento, que entretanto já evoluiu para o nome #TeslaTakedown e se descreve como um movimento popular descentralizado, reafirmam o seu “direito para protestos pacíficos como uma parte fundamental da democracia americana”. Sobre estas declarações de Trump, que se reuniu com Musk na terça-feira na Casa Branca, “ao individualizar o negócio do seu maior doador como algo fora da democracia, Trump está mais uma vez a mostrar-nos quem é: um putativo rei corrupto. Os americanos não o vão suportar. Somos um movimento popular não violento de protesto. Opomo-nos à violência e destruição de propriedade. Protestos pacíficos em propriedade pública não são terrorismo doméstico. Estão a tentar intimidar-nos. Não os deixaremos ter sucesso”.
A questão seguinte será como Trump e Musk vão definir violência e sobre se estes protestos vão merecer esta classificação. Caso assim seja, os protestantes podem vir a enfrentar penas pesadas se nos lembrarmos que Trump já prometeu no passado deportar estudantes que adiram a protestos contra a guerra de Israel em Gaza.
“Penso que está a ser tratado de uma forma muito injusta por parte de um pequeno grupo de pessoas. E só quero que saibam que ele não pode ser penalizado por ser um patriota”, afirmou Trump citado pelo Pool. De recordar que o presidente manifestou simbolicamente o apoio a Musk comprando um Tesla que não irá poder conduzir, mas que será colocado ao dispor do pessoal da Casa Branca.