Isaac Gemal apresentou na semana passada uma ferramenta destinada a curar momentos de tédio, ao mesmo tempo que ajuda a aumentar a cultura do utilizador: no WikiTok, deslizamos na vertical ao longo de artigos da Wikipedia, como se faz para ver vídeos no TikTok. O WikiTok é igualmente viciante, mas de uma forma mais positiva, sem haver um algoritmo que manipula o conteúdo apresentado e que ajuda o utilizador a ganhar conhecimentos.
A página funciona em ambientes móveis e também em navegadores de desktop e oferece um feed de artigos puxados diretamente através da API da Wikipédia num aspeto de scroll vertical. Cada entrada de texto é acompanhada de uma imagem e, se o utilizador gostar do que está a ver, pode carregar em ‘Ler mais’ para ser direcionado para a página completa da Wikipedia sobre o tema, explica o ArsTechnica.
O criador explica que o fluxo é completamente aleatório e que está a lutar contra a tentação de começar a ajustar os conteúdos com base nos interesses do utilizador. “Tenho várias mensagens de pessoas e até temas levantados no GitHub a pedir algumas alterações loucas no algoritmo do WikiTok. Tive de fazer finca pé e dizer algo como já somos controlados por algoritmos opacos e impiedosos na nossa vida diária, porque não podemos ter um pequeno canto sem eles?”.
A ideia do WikiTok foi lançada por Tyler Angert no X, replicada depois por outros intervenientes até chamar a atenção de Gemal. Este entra na ‘discussão’ no dia seguinte e começou a pensar em construir um produto minimamente usável. Com o auxílio de ferramentas de programação com Inteligência Artificial dos modelos Claude e Cursor da Anthropic, terminou um protótipo em duas horas apenas e publicou-o no X de madrugada. A informação foi depois publicada no Hacker News, de onde acabou por merecer várias republicações.
O código do WikiTok está disponível no GitHub, onde é possível sugerir modificações ou fazer contribuições. O serviço está disponível em 14 idiomas, incluindo português do Brasil.